Na latinha: a primeira embalagem do Matte Leão, na década de 1930, feita em folhas de flandres
1. O começo em 1901
A empresa foi fundada por Agostinho Ermelino de Leão Junior, em 8 de maio de 1901, como uma companhia de industrialização de erva-mate no Paraná. Por isso, foi batizada Leão Junior. Em 2007, passou a integrar o Sistema Coca-Cola Brasil e, em 2012, após a conclusão do processo de incorporação, ganhou o nome oficial de Leão Alimentos e Bebidas.
2. Olha o mate!
No calor do Rio de Janeiro na década de 1950, então capital federal, surgiu o hábito de tomar mate gelado. A bebida era muito vendida nas praias e no Maracanã. Anos depois, na década de 1980, reconhecendo a importância desse hábito, a Leão lançou o Matte Leão em copos selados, produto pioneiro no Brasil no ramo dos chás prontos para beber.
Primeira fábrica Leão Junior, no início do século XX, no Paraná
3. Qual a diferença para o chimarrão?
O chimarrão, tradicionalmente consumido da região Sul do país, é bem diferente do mate de copinho que faz sucesso no Rio de Janeiro. Apesar das duas bebidas serem feitas a partir da erva-mate, o chimarrão é bebido quente, e o Matte Leão que os cariocas adoram, que vem na garrafa PET, no copinho ou ainda em forma de erva seca, no sachê ou a granel, está sempre geladíssimo. Para fazer o chimarrão é utilizada a erva-mate verde moída, além de uma cuia e uma bomba. Tem sabor amargo e nele não se adiciona açúcar. Já o Matte Leão é feito a partir da erva-mate tostada, por isso a bebida tem aquela cor acobreada.
4. O que é a erva-mate?
A erva-mate, que tem nome científico Ilex paraguariensis, é uma árvore originária da região subtropical da América do Sul. O nome científico Ilex paraguariensis foi criado em 1820 pelo botânico francês Auguste de Saint-Hilaire após entrar em contato com a planta pela primeira vez no Paraguai. No entanto, é na região Sul do Brasil que a erva cresce em maior quantidade e melhor qualidade.
5. Como é feito o Matte Leão
Para fazer o famoso Matte Leão, a erva-mate passa por diversos processos. Seu caminho começa nos ervais de fornecedores espalhados pela região Sul. Lá, as folhas são colhidas por podadores especializados na poda da árvore de erva-mate. Nessa primeira etapa, as folhas são “sapecadas” (ou seja, chamuscadas, com fogo), secas, peneiradas e processadas para ficarem no padrão de corte da Leão. Depois de ensacadas, as folhas secas vão para a fábrica localizada no município de Fernandes Pinheiro, no Paraná. Lá, a erva vai para a área da fornalha, onde é feita a torração. As folhas torram por 15 a 17 minutos, numa temperatura que varia entre 180 e 215 graus Celsius. As ervas utilizadas na linha seca – sachês de chá ou a granel – são então ensacadas e enviadas para outra fábrica, em Fazenda Rio Grande, também no Paraná. Outra porção, no entanto, segue para a linha de extração, em Fernandes Pinheiro mesmo.
O Matte Leão vem em muitas formas: copinho ou PET de 300ml, PET de 1,5L, caixa com sachês para chás, e a granel
6. 90 graus
E como a erva-mate torrada se transforma no mate de copinho? Bom, temos que fervê-la, assim como fazemos em casa, para preparar chás! A diferença é que o processo segue o rigoroso padrão de qualidade da Leão. Primeiro, a erva torrada passa pelo “percolador”, que funciona como uma panela de pressão. Dentro dessa máquina, entra a água e a erva, que fica lá durante vinte minutos a 90 graus Celsius.
7. Da folha torrada para o copinho
A infusão segue então para cilindros que peneiram o extrato para retirar a borra, que, em vez de ser jogada no lixo, volta para os produtores que a utilizam como adubo orgânico. Já o líquido desce para os tanques, onde o produto é resfriado. Uma centrífuga ainda remove resíduos finos que podem ter ficado. Então o concentrado é fervido novamente e colocado numa xaropeira para transporte. O líquido concentrado produzido em Fernandes Pinheiro é distribuído para outras fábricas espalhadas pelo Brasil, que adicionam água, aromas – de limão ou pêssego –, se for o caso, e engarrafam o produto final em copinhos de 300ml ou PETs de 300ml ou 1,5L.
8. Renascida das cinzas
Nos primeiros anos de existência, a companhia enfrentou três grandes incêndios em suas fábricas, mas superou as adversidades e, nos anos 1920, a Leão Junior já era a maior empresa do setor, com um volume de exportação de mais de 5 mil toneladas por ano. Também no início de sua história, a Leão Junior exportou a erva-mate na forma de chimarrão para a Argentina, o Uruguai e o Chile. Nessa época, a erva-mate era apenas vendida verde, para chimarrão.
Agostinho Ermelino de Leão Junior, fundador da empresa Leão Junior, em 1901, no Paraná
9. O lançamento do Matte Leão Tostado
Em 1938, percebendo um grande número de apreciadores de mate tostado em brasa, a empresa lançou o Matte Leão Tostado no mercado brasileiro. O novo mate era moderno e prático, pois já vinha queimado. Também nessa época, já no início da Segunda Guerra mundial, havia dificuldades para a entrada de chás em geral no país, o que incentivou a disseminação do mate como o chá genuinamente nacional. O slogan da Leão Junior à época era: “Use e abuse, já vem queimado”. Nessa época, bebia-se Matte Leão nas elegantes casas de chá recém-inauguradas no país.
10. ‘Viúva Leão Junior’
No início do século XX, era muito raro ver uma mulher à frente de grandes empresas, principalmente no interior do estado. Mesmo assim, a viúva de Agostinho Ermelino, Maria Clara de Abreu Leão, enfrentou o desafio, após a morte do marido, em 1907. Em 26 de fevereiro de 1908, ela assumiu o comando da companhia, tornando-se uma pioneira nesse ramo de negócios no país. Por um curto período de tempo a empresa chegou a se chamar Viúva Leão Junior, sendo logo rebatizada Fábrica Leão Junior.
Ramal ferroviário de embarque de carga na Leão Junior, no início do século XX
11. Agostinho Ermelino e seus sucessores
Fundador da Leão, Agostinho Ermelino nasceu em Curitiba em 4 de setembro de 1866. Sua família que se formou no Paraná descende de Agostinho Ermelino de Leão, nascido em Salvador, em 1797. Com ele inaugurou-se também uma linha sucessória de Agostinho Ermelino – até a presente geração, oito homens, incluindo um Ermelino Agostinho, foram assim batizados.
12. Tipo exportação
Nos anos 1930, fazer a carga chegar a outros países era uma verdadeira saga. Do sul do estado do Paraná, o mate saía de barco de São Mateus do Sul e seguia pelo Rio Iguaçu até Porto Amazonas. A erva era colocada em vagões de trens que seguiam então até Curitiba. Depois de beneficiada na capital, seguia para o Porto de Paranaguá. Era transportada em lombos de burros e carroças, que seguiam pela estrada da Graciosa até o litoral. No porto, a erva-mate era embarcada em navios cargueiros e seguia para o Chile, Argentina e Uruguai.
Fonte:
http://www.cocacolabrasil.com.br/historias/12-curiosidades-sobre-o-matte-leao
Fonte das Figuras:
http://www.cocacolabrasil.com.br/historias/12-curiosidades-sobre-o-matte-leao
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