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quarta-feira, 22 de junho de 2022

O CAFÉ GEISHA


Talvez você ainda não tenha ouvido falar do café geisha. Afinal, o varietal Coffea arabica, originário da Etiópia, aportou há pouco no Panamá, onde começou a ganhar fama. Foi apenas em 2004, quando a produção bateu recordes em provas e em leilões, que ganhou notoriedade entre especialistas e público mundo afora.

Exponencial, diga-se de passagem: nos últimos 10 anos, o geisha tem sido a principal estrela de concursos internacionais. É o queridinho dos baristas, o sonho de consumo dos coffee lovers e tornou-se uma iguaria sem igual. Mas o que torna esse café tão diferente?


O que faz do geisha um café tão especial?


Batizado com o mesmo nome da cidade de origem, Geisha, na região sul da Etiópia, a subespécie africana 100% arábica passou pela Tanzânia, Quênia e Costa Rica antes de chegar ao Panamá, na década de 1960. A princípio adotado por ser resistente ao fungo da ferrugem (roya), o cultivo chegou a ser desacreditado.

Isso por que, em comparação com outras variedades arábica, o geisha tem características peculiares como menos cerejas por planta, maturação demorada e baixo rendimento. Mas, nas terras altas do Panamá, em altitudes super elevadas e sob regime de chuvas tropicais, encontrou terroir ideal.
Daí a descoberta de um grão altamente complexo e saboroso. Por tais características, a bebida é tida como tão delicada e especial quanto os melhores chás.

Especialistas derramam elogios às particularidades do grão e apontam como principais trunfos do geisha corpos presentes em níveis elevados, com destaque especial para doçura, acidez e aromas florais. Na xícara, notas de jasmim, bergamota e frutas, tropicais e silvestres, compõem o sabor do café.
O geisha conquista o mundo

Desde que o geisha foi apresentado no concurso Best of Panamá em 2004, quando atingiu 94,6 pontos em 100 na escala da Specialty Coffee Association (SCA), apreciar uma xícara da bebida de aroma floral, notas doces e frutadas – caracterizada como única entre todos os tipos de café – passou a ser sinônimo de puro deleite gustativo.

Exportado para poucos países a custos altos – o kg bate os U$ 130 dólares (média de R$ 499,20 na atual cotação) e geralmente comercializado em microlotes, o café está chamando a atenção de outros produtores da América Latina e vem sendo cultivado em lavouras de países como Peru, Bolívia e Costa Rica, entre outros. Aos poucos, o geisha está se espalhando pelo mundo.

Responsável por cultivar e difundir o café especial no Alto Panamá, a fazenda La Esmeralda é referência mundial e exporta para 27 destinos. Entre eles está o Japão, país em que a bebida marca presença na dieta da família imperial; uma prova do sucesso do grão entre consumidores de alto padrão.
    

O café de origem africana é uma mina de ouro?


Com alta performance e atingindo recordes de preço por lote em todos os leilões, o geisha atrai holofotes, curiosidade e cobiça. Basta imaginar: se 1kg do café chega a custar R$ 500, qualquer produtor mais animado a investir no produto ficaria rico, certo?

Não é bem assim. Como dissemos no início deste post, o varietal arábica possui características muito peculiares (um sistema foliar mais fino, por exemplo, além de feijões mais alongados e outras particularidades). Portanto, para se desenvolver de forma satisfatória, o geisha exige características de clima, solo e altitude também muito específicas. No Panamá, os melhores geishas estão em lavouras com média de 1,7 mil metros de altitude. Isso para não falar na colheita “preguiçosa”, já que as cerejas podem levar até cinco anos para maturar adequadamente.

Outro detalhe é o cultivo, que demanda muito cuidado em todas as etapas do processo de produção, plantio e colheita. Não é por acaso que o geisha custa quase 100 vezes mais que um café de qualidade inferior.


O primeiro produtor


Vale ressaltar a coragem e o pioneirismo do produtor da Hacienda La Esmeralda, Francisco Serracín, mais conhecido como Don Pachi.

Apesar das diferenças do geisha para outros tipos de arábica, ele apostou no cultivo. Espaçou as plantas mais distantes do que era comum nas lavouras e as plantou em altitudes super elevadas. É fato que as cerejas amadureciam mais lentamente, porém desenvolviam ainda mais complexidade.

Primeiramente, o produtor acreditou no potencial do geisha e o café africano alcançou o máximo de qualidade em terras panamenhas.

Representante da quarta geração de uma família de produtores, Don Pachi apresentou ao mundo um café espetacular. Limpo, intensamente floral e um pouco doce, rico em acidez e em notas frutadas. Tão complexas que não é raro a comparação entre o geisha e os melhores vinhos do planeta.


Geisha no Brasil


Redescoberto e celebrado como jóia dos cafés especiais nos últimos anos, o geisha não pode ser chamado de popular. No Brasil, por exemplo, ainda é raro encontrar o café em lavouras e em gôndolas, mesmo em casas especializadas. Apesar disso, um geisha produzido no Vale do Jequitinhonha/MG, foi o vencedor do Cup of Excellence 2018, sendo vendido por quase R$ 73.000 a saca! Não é para menos: sua pontuação foi de 93,84 pontos avaliados pela SCA.

Em uma busca de oferta local na web, a disponibilidade é incipiente e ainda bem espaçada. Outro problema é o custo, um tanto puxado para o orçamento: cerca de R$ 120 por um pacote de 250g. Ainda assim, há quem não abra mão de tomar e difundir o consumo do geisha; um café que alcançou o status de iguaria e nunca irá perder a majestade.  


O geisha no universo café arábica


No universo coffee lover, em que reinam os varietais 100% arábica, não há quem não sonhe com uma xícara do café produzido com maestria nas altas altitudes panamenhas. Também nos principais concursos internacionais o geisha é cada vez mais badalado, aplaudido e reverenciado.

Uma chance de experimentar a iguaria é procurar microlotes no mercado especializado. Adiantamos que não é tarefa fácil, uma vez que o geisha é tão valorizado que mesmo em países em que o cultivo é comum, como no Panamá, praticamente toda a produção é direcionada ao mercado externo.


Como preparar


Entre os distintos apreciadores, há quem defenda que o melhor método de preparo para o geisha é o filtrado – que irá preservar ao máximo as características sensoriais do grão especial. Dizem também que, justamente devido à alta complexidade, o café do Panamá resulta em xícaras excelentes mesmo no método espresso. Para saber mais sobre como usar este e outros varietais, acesse nosso artigo sobre café arábica.



Texto extraído de: https://blog.ucoffee.com.br/cafe-geisha/
Fonte Imagem: https://blog.ucoffee.com.br/cafe-geisha/



segunda-feira, 26 de março de 2018

INFOGRÁFICO CAFÉ #07: TABELA PERIÓDICA DA VARIEDADE DE CAFÉS


TIPOS DE CAFÉ


Quem gosta de café conhece bem a diferença que o grão escolhido faz no sabor da bebida. Existem dois tipos de grãos que podem ser usados na produção do café: Arábica (Coffea arabica) e Robusta (Coffea canephora). Ambos apresentam inúmeras variações. Os "melhores" cafés são do tipo Arábica, possuem aroma e doçura intensos com muitas variações de acidez, corpo e sabor. Os cafés especiais e gourmet são 100% Arábica. O Arábica tem 50% menos cafeína que o Robusta.

BLENS DE CAFÉ GOURMET
Cada variedade da planta do café arábica possui atributos específicos de aroma , corpo, acidez e doçura. As combinações, ou Blends, são desenvolvidas para balancear ou acentuar as melhores qualidades de cada variedade de café arábica.

VARIEDADES DE CAFÉ - TIPO ARÁBICA
A planta que dá origem a este tipo de grão é originária da Etiópia. A altitude do local do cultivo faz muita diferença na qualidade do café produzido: quanto mais alto, melhor. Por isso, os grãos cultivados no Brasil, plantados a 1200 metros de altitude, apresentam uma excelente qualidade. O café feito com grãos de Arábica possui 50% menos cafeína, mas seu sabor costuma ser especial e ele é ideal para a produção das bebidas gourmet.

Existem muitas variedades da planta de café Arábica. As mais comuns nas melhores regiões produtoras brasileiras são: Bourbon, Catuaí, Acaiá e Mundo Novo. E, dentre essas variedades, existem também várias subvariedades: Bourbon Amarelo e Vermelho, Catuaí Amarelo e Vermelho, variedades de Mundo Novo, etc. Abaixo as características de algumas das principais variedades.

Café tipo Bourbon 
Características de sabor deste café:
É considerada uma das melhores variedades para produção de cafés gourmet. Seu aroma intenso, suavidade, textura achocolatada e sabor adocicado conferem características únicas. Porém, vale lembrar que solo, clima, altitude e processos de secagem são fundamentais para maximizar todas essas características. 

Este café é mais popular em países estrangeiros. É uma bebida indicada para quem prefere o café com sabor adocicado, com notas aromáticas que lembram o caramelo.

Características da variedade deste café:
As plantas atingem até 3 metros de altura apresentando um formato cilíndrico. Os frutos têm o mesmo formato do café comum, porém, com um tamanho reduzido. Sua produtividade é inferior quando comparadas às demais variedades comerciais. É muito susceptível a pragas e doenças.

Café tipo Catuaí
Características de sabor deste café:
É um café leve e suave com acidez média. Um dos poucos que se pode tomar sem açúcar. Plantado em altitudes mais altas proporcionam um sabor mais acentuado, permitindo ao grão de café absorver com maior intensidade os açúcares naturais durante seu processo de maturação. Por isso, plantações em altitude acima de 1.000 metros apresentam os melhores sabores. O Catuaí amarelo é menos encorpado do que o vermelho. Portanto, dependendo do sabor almejado um blend que inclua ambos pode ser mais satisfatório.


Este é um tipo de grão amplamente cultivado no Brasil. O café Catuaí apresenta acidez moderada e dispensa a adição de açúcar.

Características da variedade deste café:
Os cultivos de café Catuaí Vermelho e Catuaí Amarelo têm sido os preferidos dos produtores brasileiros, ocupando uma grande parte do parque cafeeiro da maioria das regiões produtoras. Elas apresentam as vantagens do porte baixo da planta, o que facilita os tratos e a colheita. Também apresentam menores prejuízos pelo ataque de ferrugem, um fungo bastante comum em plantas de café arábica. O Catuaí, que significa "muito bom", faz jus ao nome, por ser bem rústico. Adapta-se muito bem em temperaturas médias, na faixa de 18 - 22º C, encontradas em terras elevadas acima de 800 m de altitude. 

Café tipo Mundo Novo
Características da variedade deste café:
Os frutos apresentam boa uniformidade de maturação em razão das 3 floradas. Com a primeira produzindo 10%, a segunda 80% e a última 10%. Isso propicia um café de ótima qualidade, devido ao baixo porcentual de grãos verdes obtidos na colheita.


Café tipo Acaiá


Os grãos de acaiá são recomendados para quem prefere um café suave, com notas aromáticas que lembram frutas. O café de acaiá apresenta sabor achocolatado e acidez média. Para um sabor mais forte e corpo intenso, este café pode ser harmonizado com grãos de Bourbon.

Café tipo Kona
Esta variedade é cultivada no Havaí, no distrito de Kona. O clima e o solo da região são ideais para as plantações de Arábica, especialmente as áreas próximas aos vulcões Mauna Loa e Hualalai. A bebida feita com grãos de Kona é muito apreciada por quem gosta de cafés gourmet. Há quem considere este o melhor café do mundo.


CLASSIFICAÇÃO OFICIAL BRASILEIRA (COB)
A COB compreende 7 tipos de café arábica, que variam de 2 a 8, resultantes da quantidade de defeitos averiguada em uma amostra de 300 gramas de grão de café verde.  Quanto maior for o número do tipo COB menor será a qualidade do café gourmet, pois maior o COB maior o número de defeitos averiguados nas amostras.  O COB tipo 3 tem até 12 defeitos e è considerado o grão de café de melhor qualidade para exportação.  O COB tipo 2 tem até 4 defeitos e o tipo 8 até 360 defeitos por amostra.  São considerados defeitos: grão de café preto, ardido, pedra, pau.

O Melhor Café Gourmet depende de como os grãos são torrados e moidos. Todos os tipos de café podem produzir excelentes Cafés Gourmets.



VARIEDADES DE CAFÉ TIPO ROBUSTA
O café feito com este tipo de grão apresenta mais cafeína, portanto, é indicado para quem prefere uma bebida forte e com gosto mais amargo. A planta Coffea Ccnephora, originária da África ocidental, é cultivada em diversos países, inclusive no Brasil.

Esta é uma planta que se desenvolve com facilidade em regiões de clima quente e úmido e em altitudes de até 600 metros. O grão originário desta planta apresenta maior resistência a pragas do que o tipo Arábica. Por estas e outras razões, é mais fácil e econômico cultivar plantações de Robusta.


Um dos usos mais comuns dos grãos de Robusta é nos cafés instantâneos. A adição destes grãos faz com que o café fique mais encorpado e com sabor mais amargo. As bebidas preparadas com estes grãos apresentam finalização prolongada, sabor achocolatado e teor de cafeína que pode variar entre 2 e 4,5%.


Fonte:
https://www.clubecafe.net.br/tipos-de-cafe-arabica
http://baristo.com.br/blog/conheca-os-tipos-de-graos-de-cafe-2/

CULT COFFEE

  Fonte Imagem: https://unsplash.com/pt-br/fotografias/cafeteira-branca-e-prateada-N0qKzNAC7Go