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quarta-feira, 12 de junho de 2024

BUNA DABO NAW - O CAFÉ É O NOSSO PÃO (DITADO ETÍOPE)

Na Etiópia, café significa união e felicidade. Afinal, o café é produzido na Etiópia desde o século 15, e a cerimônia está enraizada na cultura. Em primeiro lugar, compartilhar a bebida é mais importante que alimentar o corpo, pois representa a atmosfera social. Nesse sentido, quando um etíope diz “não tenho com quem tomar café”, ele quer dizer que não tem amigos em quem possa confiar.


Uma história

A Etiópia carrega algumas lendas sobre a tradição do café na região e até sobre o primeiro café do mundo. Segundo os etíopes, o café foi descoberto por cabras. O pastor que cuidava das cabras observou que elas se comportam de maneira curiosa após comer as tais frutinhas vermelhas, e resolveu consultar os monges da região. À primeira vista, os monges não conheciam a fruta e fizeram os seus testes, até que o fogo revelou o cheiro de café que é tão querido por nós. Imagine a reação de quem o sentiu pela primeira vez na história. O que sobrou da fruta no fogo foi moído e jogado na água fervente. Foi assim que tudo começou. Seja como for, obrigado, cabras!


A cultura etíope defende o belo, o sagrado e o gentil.


Como funciona a cerimônia do café?

É nas mãos femininas que a magia acontece, apenas jovens mulheres comandam o ritual. Além disso, a experiência nutre todos os sentidos: ervas e incensos, vestimentas adequadas, música ambiente, um preparo que encanta visualmente, e o paladar é agraciado com o café.

Nesse meio tempo, a Senhora do Café fica no círculo, em um tipo de altar, onde lava o graõ de café verde e o torra na hora.

Entre conversas animadas e cheirinho de café torrando, a jovem moe o grão manualmente, em uma espécie de pilão, e o acrescenta com água fervente dentro de uma jarra de cerâmica chamada de Jabena.

Todos os detalhes inspiram união!

Até as canecas usadas tem significado, são decoradas e conhecidas como “coco”, pois representam a fertilidade feminina. Estes são entregues aos convidados, que desfrutam da bebida pura. Logo depois, é oferecida aos convidados a “messe”, que é uma mistura de açúcar e manteiga para ser adicionada ao café. Após toda a preparação, é hora de desfrutar a bebida. Todos devem beber três xícaras, e cada uma representa os monges que viajaram da Etiópia até Belém para homenagear Jesus em seu nascimento – Abol, Tona e Baraka. A última dose é a mais importante porque representa a gratidão.

Receber a primeira xícara também pode ser uma maneira de honrar uma visita especial.

O interessante é que cada ciclo da vida tem o seu papel no ritual. Sendo assim, as crianças tem a honra de entregar a primeira xícara de café, que é oferecida para a pessoa mais velha da roda, em sinal de respeito aos idosos.


Texto extraído de: https://www.mokaclube.com.br/blog/bona-cerimonia-do-cafe-na-etiopia/
Fonte Imagem: https://www.mokaclube.com.br/blog/bona-cerimonia-do-cafe-na-etiopia/

CERIMÔNIA DO CAFÉ ETÍOPE

CERIMÔNIA DO CAFÉ MOSTRA A IMPORTÂNCIA DO GRÃO NA SOCIEDADE ETÍOPE

 Etiópia e Iêmen disputam há séculos a origem da bebida mais popular do mundo

Uma jebena, a cafeteira típica etíope feita de cerâmica, sobre um fogareiro (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA)

Os etíopes contam que o café teria sua origem nas montanhas da Abissínia, atual Etiópia. Já os iemenitas consideram que o berço da bebida mais popular no mundo teria sido as montanhas de seu país, chamadas de Arábia Felix, na margem oriental do Mar Vermelho. Uma lenda árabe relata que pastores teriam notado que as cabras, quando comiam os frutos vermelhos do arbusto, ficavam excitadas e não conseguiam descansar à noite.

As evidências históricas revelam que os primeiros consumidores teriam sido, de fato, monges muçulmanos sufis em meados do século XV no Iêmen. Por experimentos ou por tradição oral, os religiosos teriam comprovado que a bebida preparada com a semente tostada e moída deixava suas mentes mais estimuladas e, assim, podiam cantar e dançar por horas a fio durante seus rituais em busca do contato com o mundo divino. Em algumas décadas, graças ao importante porto iemenita de Mokha, a bebida cruzou fronteiras e se tornou famosa em todo o Oriente Médio e na Europa.

A Etiópia também possui bons argumentos para comprovar que o café foi descoberto em seu território. O local de origem teria sido as montanhas da antiga província Kaffa, no oeste do país – o nome Kaffa estaria, obviamente, ligado à planta. Outra lenda explicaria a saída do grão para o Iêmen: um místico árabe de visita à Etiópia teria observado que certas aves ganhavam uma vitalidade extra quando comiam as frutinhas vermelhas do arbusto. O religioso teria feito o mesmo que as aves – mastigado as sementes – e, assim, percebido as propriedades estimulantes do produto, que rapidamente cruzou o Mar Vermelho para ser plantado nas montanhas do Iêmen.

Nunca saberemos ao certo se a descoberta das propriedades da planta Coffea arabica ocorreu no lado ocidental africano ou oriental árabe do Mar Vemelho, mas o café continua sendo cultuado na Etiópia como uma bebida quase sagrada, com direito a um longo ritual, a Cerimônia do Café.

Toda a Cerimônia do Café começa com a torrefação dos grãos secos da semente (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA)

Não há residência, hotel, pousada, restaurante e até mesmo aeroporto que não tenha um pequeno estande, quase no nível do solo, oferecendo um café preparado na hora. O local é decorado com folhas verdes no piso, possui um incensário para dar um bom aroma ao ambiente e uma figura obrigatória, a Coffee Lady, a Senhora do Café, sempre vestida de forma tradicional.

O ritual inclui desde a torrefação artesanal dos grãos de café até a degustação em pequenas xícaras, parecidas com as nossas brasileiras, mas sem alças. Convidar alguém para participar de uma Cerimônia do Café significa manifestar respeito. Mas o ritual pode levar algum tempo, pois é essencial que o convidado tome, no mínimo, três xícaras, sendo que a terceira rodada é considerada a mais importante.

Em uma época em que os cafés ocidentais são preparados apenas por máquinas sofisticadas – e sempre às pressas –, considero a cerimônia da preparação do café artesanal etíope como um antídoto ao estresse do mundo moderno.

Uma jovem etíope trajando roupas típicas prepara as xícaras para a Cerimônia do Café (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA)

A única vez que tive a ocasião de ver e fotografar uma Cerimônia do Café do início ao fim foi no vilarejo Turmi, no vale do Rio Omo, sul da Etiópia. À espera da abertura do mercado semanal, eu fazia hora numa varanda aberta de uma modesta pousada. Os locais, sem um pingo de afobação, sugeriram uma rodada de café para que o tempo passasse mais rápido.

A ideia não me agradou tanto. Minha memória retrocedeu ao tempo em que eu era um menino de 7 anos. Logo na primeira semana de aulas, quando cursava o 1º ano primário no Instituto Souza Leão do Rio de Janeiro, uma professora me obrigara a tomar café com leite no lanche vespertino. O sabor era totalmente novo para mim, pois minha mãe achava que crianças não deveriam tomar bebidas estimulantes. Detestei o gosto do café misturado com leite e, por tabela, do café. E nunca mais tomei uma gota.

Respondendo aos pedidos dos visitantes locais, aparece uma mulher alta e sorridente. Ela veste uma blusa de alça e uma calça larga, ambas feitas com o mesmo tecido de flores de cor vermelha e turquesa. Seus olhos negros amendoados lembram as imagens dos querubins do teto de uma igreja de Gondar, no norte do país. É a Senhora do Café, seu nome é Elsabet.

Nas mãos traz os apetrechos para o ritual e um pequeno forno de cerâmica, em forma circular, com brasas quentes. Coloca uma placa de ferro, também redonda, sobre o calor ardente e retira de um saco uma caneca de grãos secos de café para jogá-los sobre a placa. Movimenta os grãos com uma colher para não deixar nenhum deles parados no mesmo lugar por mais de poucos segundos. Joga algumas gotinhas de água sobre a placa e o ruído saltitante do líquido se evaporando chama a atenção de todos os visitantes.

A Senhora do Café começa a preparar o ritual – o primeiro passo é sempre a torrefação das sementes em frente aos convidados (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA)

À medida que os grãos perdem sua cor gris-esverdeada e ganham um tom bronzeado, um aroma forte passa a tomar conta do ambiente. Quem já tostou café de forma artesanal reconhece a fragrância. Posso não gostar do gosto, mas o perfume do café torrado embriaga qualquer um, inclusive eu.

Elsabet cuida de seus grãos até que eles ganhem uma coloração vermelho-escura e depois um marrom mais denso, quase negro. Ela retira a placa da brasa e, enquanto o aroma típico continua a preencher o ambiente, levanta-se para buscar um pilão de madeira. Regressa e derrama as sementes torradas no instrumento estreito.

Necessitando de um recinto mais amplo, ela deixa a varanda e encontra um espaço aberto no pátio, a uma dezena de passos do grupo de visitantes. Segura o pilão com vigor e, com um movimento com cadência, ela passa a movê-lo para cima e para baixo, mantendo sempre o mesmo ritmo. Concluída a moagem, ela derrama o pó do café em um prato fundo e o leva de volta à varanda, junto ao fogo.

Depois de torrado, o café é triturado em um pilão – o pó vai direto para a cafeteira (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA)

Sobre o fogo, lá está jebena, a cafeteira de cerâmica artesanal, com seu pescoço longo e fino. Em poucos minutos, a água entra em ebulição. Elsabet retira a jebena das brasas e, com cuidado, faz o pó do café penetrar pelo pequeno orifício. Ela tapa a jarra e deixa o recipiente no fogo por mais alguns minutos.

É sempre o olor que anuncia quando a cocção está pronta. No momento adequado, ela retira a jebena das brasas e despeja o líquido negro em cada uma das xícaras brancas apoiadas em uma bandeja. O fino jorro cai de uma altura de um palmo, criando um pouco de espuma. Sua mira é certeira. Com um sorriso nos lábios, ela oferece uma xícara a cada visitante. Eu agradeço e aceito. Levo a xícara ao nariz e aspiro profundamente o aroma para me lembrar da cerimônia. Mas não bebo: a imagem da professora me forçando a tomar café quando menino ainda é mais forte!

Etapa final da cerimônia: oferecer uma pequena xícara de café a todos os presentes (Foto: © Haroldo Castro/ÉPOCA)


Texto extraído de: https://epoca.globo.com/sociedade/viajologia/noticia/2017/01/cerimonia-do-cafe-mostra-importancia-do-grao-na-sociedade-etiope.html

Fonte Imagem: https://epoca.globo.com/sociedade/viajologia/noticia/2017/01/cerimonia-do-cafe-mostra-importancia-do-grao-na-sociedade-etiope.html

A BELA CERIMÔNIA DO CAFÉ ETÍOPE

terça-feira, 11 de junho de 2024

CAFÉ, BICA OU CIMBALINO: OS TIPOS DE CAFÉ MAIS BEBIDOS EM PORTUGAL

 

Café, bica ou cimbalino é assim que é chamado, de formas diferentes, o café. Existem vários tipos de café que são apreciados pelos portugueses.

Portugal não é considerado o maior consumidor de café do mundo, contudo os portugueses aparentam mover-se a cafeína!

Não há um espaço de restauração que não sirva café.

A população portuguesa acaba por ser bastante peculiar no que diz respeito ao café, uma vez que, dependendo da região, lhe dá diferentes nomes. O nome também varia consoante a quantidade de leite ou espuma de leite que o café levar ou se é bebido numa chávena pequena ou grande ou ainda num copo de vidro.


Café, bica ou cimbalino

Na prática é o café espresso. Se estivermos na região sul do país, é chamado de bica, se estivermos no norte é um cimbalino.

Feito a partir de uma moagem muito fina, o café é tirado à pressão, através de uma máquina de pressão com água quente, profissional ou para uso doméstico.

Bebe-se nas típicas chávenas de café e pode ser servido normal, cheio ou curto – o verdadeiro shot de cafeína.


Café curto

É o ideal para pessoas que gostam de café mais forte, com o sabor mais intenso. Semelhante ao exemplo anterior, mas requer menos água. A chávena leva apenas um pouco de café, uma vez que é enchida apenas até meio.


Café longo

Como o próprio nome indica, é o contrário ao café curto. Este tipo de café enche quase toda a chávena, dado que utiliza mais água e é a solução ideal para quem gosta de mais café, mas com um sabor mais suave.


Café duplo

Para quem precisa de reforçar a dose, este café é servido como se fossem dois curtos numa chávena grande. Este café é ideal para combater o cansaço, pode ser usado para recarregar a energia e fazer face às dificuldades do dia de trabalho.


Café americano

É o ideal para ires tomando devagar enquanto trabalhas em frente ao computador ou a acompanhar o pequeno-almoço. É fácil de preparar, basta juntar um pouco de água ao café expresso, ajustando a intensidade. Sendo mais fraco do que um café normal, é ideal se fores daquelas pessoas que acha que um café expresso é demasiado forte para começar o dia.


Café de saco e café solúvel

café de saco ou solúvel são alternativas fáceis de café instantâneo que podes fazer em casa em poucos minutos. Apenas tens que juntar água ao pó ou passá-la por um filtro. Embora não ganhem tanta espuma como um café tirado à pressão, é sempre uma boa opção se quiseres um café mais fraco para beberes antes de te deitares.


Cappuccino

cappuccino deve conter partes semelhantes de café expresso e de leite e uma espuma suave e cremosa.


Café com cheirinho

É um café com um bagaço. Por norma, bebe-se como se fosse um digestivo, após as refeições.


Café pingado

Como o nome indica, no café pingado há apenas e só um pingo de leite frio.


Descafeinado

É o café com menos quantidade de cafeína e pode ser curto, normal ou cheio, à semelhança da bica.


Galão

Servido num típico copo de vidro, o galão é café com leite – com mais leite do que café. Normalmente é a bebida ideal para qualquer pequeno-almoço ou lanche.


Meia de leite

Café com leite, à semelhança do galão, mas com proporções iguais e é servido numa chávena grande.


Carioca

É um segundo café tirado com o mesmo café moído, que resulta numa chávena com café mais claro, aguado e muito fraco.


Café sem princípio

É um café mais “brandinho”, uma vez que é colocado moído na máquina, deixa-se sair o início do café, que é onde está mais concentrada a cafeína e só depois é que se enche a chávena.


Abatanado

É somente um café longo com mais água, servido numa chávena grande, igual à da meia de leite.


Garoto

É um café curto com leite ou espuma de leite, servido numa chávena normal.


Italiana

Café curto, mas mesmo curto é assim que é a italiana.

 

Mazagran

É um refresco de café para beber no dia de calor. Em Portugal é mais comum ser servido um expresso por cima de pedras de gelo, com uma rodela de limão e umas folhas de hortelã.


Texto extraído de: https://rptech.radiopopular.pt/cafe-bica-ou-cimbalino-conhece-os-tipos-de-cafe-mais-bebidos-em-portugal/
Fonte Imagem: https://rptech.radiopopular.pt/cafe-bica-ou-cimbalino-conhece-os-tipos-de-cafe-mais-bebidos-em-portugal/

A ORIGEM DO CAFÉ NA ESPANHA

Os mercadores venezianos trouxeram o café para a Europa pela primeira vez em 1615.  Foi também nesse período que surgiram na Europa duas outras grandes bebidas quentes: o chocolate quente, trazido pelos espanhóis das Américas em 1528, e o chá, posto à venda pela primeira vez na Europa em 1610.

Nesta mesma época o Café começou a ser difundido por toda a Europa, automaticamente, também na Espanha, que a princípio, em alguns países o café era vendido principalmente por vendedores de limonada, e acreditava-se que possuía propriedades medicinais. A primeira casa de café europeia abriu em Veneza em 1683, o famoso Caffè Florian na Piazza San Marco que continua aberto e funcionando até hoje.

A maior bolsa de seguros do mundo, a Lloyd’s of London, começou a vida como casa de café. Foi aberta em 1688 por Edward Lloyd, que preparava listas dos navios segurados por seus clientes.


Tipos de Café na Espanha

Na Espanha o campeão é o café puro (que se chama café solo) e também o café com leite (café con leche), além de do café descafeinado, que tem boa saída por la.

Além desses mais tradicionais, a Espanha tem um café típico que é o carajillo, que combina café com alguma bebida destilada, normalmente cachaça ou conhaque. Sua origem remonta a época que as tropas espanholas ocuparam Cuba e os soldados costumavam misturar café com rum para criar “corajillo” (coragem) e daí saiu o nome carajillo.

Também são muito consumidos os cafés chamados de “montados“, porque costumam ter uma cobertura grande de nata e são misturados com chocolate e licores suaves como Cointreau ou Bayles.

Na Galícia, existe uma bebida típica que tem café em seus ingredientes, se chama “Queimada“. A Galícia é muito conhecida por ser uma região “mística”, onde está o caminho de Santiago e as meigas (bruxas). Portanto a “queimada” é uma bebida que se toma em rituais místicos, com os seguintes ingredientes: aguardente, açúcar, limão, laranja e café. É uma bebida extremamente forte, daquelas que descem queimando, mas é uma bebida milenar com muita tradição.


Tipos e Nomes em Espanhol

Desta forma você vai saber como pedir teu café preferido no bar, restaurante ou cafeteria.

Café Con Leche

O clássico café com leite, que ao café se acrescenta 100 ml de leite. Você pode pedir que o leite seja fría (frio), templada (morno), caliente (quente). A palavra leite em espanhol é feminina: la leche! Os espanhóis costumam pedir o café com leite para o café da manhã. É comum ver nos bares e cafeterias: café con leche + pasta ou café con leche + bocadillo.

Café Cortado

O café cortado em catalão é Café Tallat. Este tipo é feito com café espresso e um pouquinho de leite, entre 5 e 10 ml de leite. O cortado é o nosso famoso pingado, muito comum ver as pessoas tomando este café no meio da manhã ou depois do almoço.

Café Corto

Tem menos café que o espresso, significando que a bebida é curta de café, menos de 15 ml. Não leva leite e é o típico café para tomar de um só gole.

Café Largo

É um espresso longo, do italiano Lungo, sem leite.

Café Solo

Nada mais é do que o café espresso. Um café purinho, sem leite! Os espanhóis tomam este café depois do almoço, no meio da jornada de trabalho ou mesmo acompanhando o cigarro.

Café Americano

Um café com muita água e pouco café. Este tipo de café foi inventado na Itália, durante a II Guerra Mundial. Foi uma tentativa dos baristas italianos de aproximar o café italiano do gosto dos soldados norte-americanos.

Café con Hielo

Café com gelo. Isto mesmo! Você pede um espresso ou um cortado e junto um copo de gelo. Coloca o café no copo de gelo e deixa ele ali um tempinho, para gelar. Quando estiver geladinho, um pouco mais aguado, é só tomar. Parece estranho, mas é bem consumido no alto verão nas cidades mais quentes do país.

Café Carajillo

Este café, podemos dizer, que um autêntico café espanhol. Sua origem está em Cuba quando esta era colônia espanhola. Diz a lenda que os soldados tomavam café com rum para tomar coragem. Carajillo é o diminutivo de coragem. É um café espresso com um pouquinho de Brandy, Rum ou outra bebida alcóolica. Os espanhóis costumam tomá-lo depois do almoço e é super comum entre os homens mais velhos.

Café Bombón

O famoso leite condensado se junta com o café! Em baixo se coloca o leite condensado e por cima o café.

Café Vienés

Neste café o leite é substituído pela nata. A nata batida vai em cima de um café espresso normal ou dublo.


História e Cafeterias

No século XVI, através dos Bourbons, o café é introduzido na Espanha, na época que governaram França e Navarro (Espanha). Por sua vez, a produção de café no país, é quase nula a não ser pelo Valle de Agaete nas Canarias.

Falando sobre consumo, em Madri por exemplo, os primeiros locais que tinham a bebida para a população eram apenas em restaurantes que ofereciam o cafezinho, já em 1764 abre-se a primeira cafeteria em Madri. La Fonda de San Sebastián, situada em uma rua central da cidade. A partir deste momento foram muitos os estabelecimentos específicos que apareceram em cidades como Madri e Barcelona.

Cádiz, cidade de ideias liberais, foi nesta época a capital espanhola do café. Em 1802 havia 23 estabelecimentos que eram por sua vez centros de reunião e debate político, assim como em diversas outras cidades mundiais que tinham nas cafeterias esse local de encontro de pensadores, artistas, políticos, banqueiros, entre outros nomes da história.

Ainda que o consumo de café na Espanha seja considerado médio em relação ao mundo, hoje é líder em bares e cafeterias. A Espanha é o país com mais densidade de estabelecimentos (1 a cada 175 habitantes), com total maior que dos Estados Unidos, por exemplo.


Madrid
Tradicionais

Café Gijón
Paseo de Recoletos, 21

Café Comercial
Glorieta de Bilbao, 7

Café El Espejo
Paseo de Recoletos, 31

Modernos

Bendita Locura Coffee & Dreams
Príncipe de Vergara, 73

Cafelito
Sombrerete, 20

Pum Pum Café
Tribulete, 6

Barcelona

Padaria Santa Clara
Travessera de Grácia, 210

El Fornet
Mais de 30 endereços por Barcelona

Café Del Sol
Praça do Sol, no bairro de Grácia

365 Café
Carrer de Córsega, 354 (e mais 6 endereços)

Rodilla Café
Carrer de Córsega, 349

Café Adonis
Carrer de Bailèn, 188

Cadiz

Le Poeme
Calle Alcala Galiano 3

La Vaca Atada
Calle Nueva 1D

Cafe de Levante
Calle de Rosario 35

Brim
Calle de Rosario 35

La Clandestina
Calle Jose del Toro 23

Panaria
Calle Ancha 23


Texto extraído de: https://planetscafe.com/a-origem-do-cafe-na-espanha/
Fonte Imagem: https://planetscafe.com/a-origem-do-cafe-na-espanha/

HISTÓRIA DOS CAFÉS DE PARIS

 

 PARIS E SEUS CAFÉS

“Diante da xícara de café, tagarela-se; ‘a conversação acompanha obrigatoriamente o café ou o chá, ela é quase a sua verdadeira razão de ser.’ O café, mal acabara de nascer, já era um café literário.”

Paris, e seus incontáveis cafés. Todo o parisiense, seja ele de nascimento, de adoção, ou mesmo de coração, conhece e reconhece Paris a partir dos seus cafés.

O (estabelecimento) café é aquele companheiro fiel, de todo o dia, a quem a gente recorre sempre que pode. Na alegria e na tristeza. Sozinho ou acompanhado. Nas manhãs corridas de antes do trabalho e nos fins de tarde depois de um dia cansativo, pra ver a vida passar. De preferência com uma taça de vinho na mão.


OS PRIMEIROS CAFÉS DE PARIS

Os primeiros cafés de Paris datam de meados do século XVII.

Desde o momento em que surgiram, eles gozaram de enorme popularidade entre os privilegiados a quem era permitido frequentá-los: nos cafés, alguns elementos mais nobres da sociedade da época se reúnem para discutir, conversar e conspirar, entre um gole e outro daquela bebida, à época tão valiosa, de prometidos efeitos estimulantes.

“Outros sim, desde o início, é um café político”. A afirmação é do antropólogo Jules Leclant, autor do texto “O café e os cafés em Paris.” Segundo ele, rumores de que à mesa dos recém-inaugurados cafés faziam-se críticas ao governo teriam chegado aos ouvidos do rei Luís XIV, que indagara a um de seus conselheiros se não seria conveniente “impedir seu funcionamento para o futuro.”.

Teria sido possível ao rei prever a relação entre o desgaste do absolutismo, que chegaria ao auge durante a sua regência, e a circulação de ideias políticas e filosóficas em cafés como o Procope, cem anos mais tarde?

O olhar em retrospectiva para a história poderia nos levar a crer que sim: Luís XIV, em meados de 1680, seria então uma espécie de visionário: adivinhara e temera, com um século de antecedência, o papel dos cafés na divulgação dos princípios e dos valores que contribuiriam para a derrubada da monarquia na França.

Mas a história não é tão simples, nem tão fantástica e previsível como algumas narrativas a fazem parecer.


A IMPORTÂNCIA DOS CAFÉS NA DIVULGAÇÃO DAS IDEIAS

Luís XIV não proibira o funcionamento dos cafés, e o passar dos séculos os transformaria num dos cenários mais característicos da paisagem parisiense.

Frequentado de início apenas por grandes pensadores, ilustrados, artistas e personalidades da época, a inauguração dos primeiros cafés na Paris do Antigo Regime já revela, no entanto, alguns elementos de uma sociedade em transformação.

Ao contrário dos salões literários, onde os integrantes da mais alta nobreza recebiam, nos ambientes luxuosos de sua propriedade, apenas uns poucos escolhidos entre as mais distintas famílias da aristocracia parisiense, nos cafés, o intercâmbio político, literário e cultural podia acontecer entre um público mais diversificado, num espaço público, o que possibilitava a crítica ao rei e à própria nobreza, enquanto no espaço privado dos salões literários a crítica era sacrificada em benefício da pura e simples adulação ao rei e a seus favoritos.

Daí a importância dos cafés na divulgação das ideias subversivas e revolucionárias que abalaram as estruturas da monarquia na França. Interessante, não é?

Nesse sentido, os cafés de Paris são produto e, ao mesmo tempo, testemunhas das grandes transformações pelas quais as sociedades europeias passaram.

É possível contar e compreender melhor a história da cidade, e mesmo do país, a partir da observação do movimento em seus cafés ao longo do tempo. A história social e das ideias francesas também passa pelos seus cafés.


NO SÉCULO XIX

Na França de meados da década de 1850, muita coisa já havia mudado em relação ao tempo do absolutismo monárquico.

Em pouco mais de cinco décadas os franceses testemunharam a Revolução Francesa, a ascensão e a queda de Napoleão Bonaparte, a restauração do absolutismo com Luís XVIII, a Revolução de 1830 e a crise do governo de Luís Felipe, o rei burguês, em meio ao surgimento de movimentos sociais como o dos operários e o das sufragistas.

Nesse mundo em transformação, já se podia observar um declínio dos valores aristocráticos, que deram sustentação ao Antigo Regime, e a sua substituição gradual por um novo conjunto de ideias, características do grupo que chegava ao poder: a burguesia.

É nesse contexto que a presença em lugares prestigiosos como os cafés vai se tornando, lentamente, mais diversa. À medida em que a sociedade ia se transformando, a frequência dos e nos cafés também ia sendo modificada.

Passam a ser admitidos ali os cavalheiros de ascendência menos nobre, assim como algumas pouquíssimas mulheres, observadas pelo público masculino com um misto de choque, curiosidade e descrença, como é possível depreender da tela de Ernest Ange Duez (1843-1986) ambientada no LeDoyen, restaurante tradicionalíssimo que funciona até hoje no 8º arrondissement e ostenta as três desejadas estrelas do guia Michelin.

Na virada do século XIX para o XX a cidade de Paris já colecionava algumas centenas de cafés, espalhados pelos quartiers mais populares do momento: entre eles, o Le Guerbois, o Le Dôme, o Closerie des Lilas, o Café de la Paix, além dos hoje famosíssimos Les Deux Magots e Café Flore.

De acordo com o jornalista francês Michel Bradeau, foi nesse período que “A vida intelectual desceu do morro de Montmartre, atravessou o Sena e se instalou na “Rive gauche”, a ribanceira esquerda, e primeiro em Montparnasse.”

A cidade, modernizada pelas reformas haussmanianas e vivendo o auge do período de euforia conhecido como Belle Epoque, acolhia um número cada vez maior de imigrantes e de artistas de todos os matizes, atraídos pela aura inspiradora da cidade luz.


NO SÉCULO XX

Ao longo do século XX, muito se discutiu, se produziu e se testemunhou à mesa dos cafés parisienses: artistas, intelectuais, escritores, mecenas, homens de destaque e pessoas comuns ali compartilharam com angustia as notícias da 1ª Guerra Mundial, as agruras dos anos de 1920 e o aumento das tensões e rivalidades dos anos de 1930, marcados pela ascensão dos fascismos e pela iminência de uma nova guerra.

No Flore, Simone de Beauvoir e Sartre debatiam intensamente, e dividiam entre si as suas hipóteses sobre o porvir: aos relatos e opiniões mais pessimistas, Beauvoir contrapunha uma crença quase inabalável na capacidade de os países europeus solucionarem a crise no continente, cada vez mais escancarada pela política militarista de Hitler. A invasão da Polônia pelos alemães, poucos anos depois, seria o marco final daquele período de crise e incertezas conhecido como o entre guerras. Novamente, era a guerra.

E foi assim que, ao longo dos séculos, o café foi sendo convertido em verdadeiro personagem da história francesa: mais do que um lugar de memória, de convívio e de socialização, o café foi testemunha de um processo histórico diversificado, cujas complexidade e riqueza ainda nos apaixonam.

Nos cafés viveu-se, escreveu-se e ainda se escreve a História, e todos nós, que os frequentamos, somos seus protagonistas anônimos, ao lado dos tantos grandes vultos do passado que despertam, além de admiração, a nossa vontade voltar a eles. Sempre. Uma vez mais.



Texto extraído de: https://www.conexaoparis.com.br/historia-dos-cafes-de-paris/

CULT COFFEE

  Fonte Imagem: https://unsplash.com/pt-br/fotografias/cafeteira-branca-e-prateada-N0qKzNAC7Go