domingo, 30 de maio de 2021

CAFÉ COM LETRAS: O CAFÉ BRASILERO E EDUARDO GALEANO (PARTE 3 - FINAL)

Que literatura há nas mesas do Café Brasilero? (18/05/2015)



Rua Ituzaingó, 1147, a poucos metros da Plaza Matriz. Ciudad Vieja, Montevideo, Uruguai, o sul do sul do continente. As coordenadas geográficas levam a um salão à meia-luz em que dez mesas de madeira esperam pelos frequentadores. Ao fundo, o espelho do balcão revela, tal como os vidros da porta de entrada, o nome e a data de inauguração do lugar: estamos no Café Brasilero, fundado em 1877.

Em Montevideo e em outras cidades do continente, o espaço dos cafés já esteve muito próximo da atividade literária: tais lugares serviam como alternativa para escritores que preferiam trabalhar fora de casa e também como ponto de encontro para grupos de vanguarda e artistas que tramavam ideias coletivas. No Café Brasilero, as marcas da literatura sempre estiveram presentes e ainda se mostram com nitidez.

Mario Benedetti, montevideano ilustre, via a cidade passar pelas amplas janelas do café da rua Ituzaingó. Foi fotografado numa das mesas e o retrato, tempos depois, apareceria na capa do livro A imagen y semejanza, de Benedetti. O poeta Enrique Estrázulas também é reconhecido por visitar e escrever alguns dos seus versos no café, sempre numa das mesas do lado direito de quem adentra o local. Desde abril, no entanto, o Café Brasilero sente a ausência de Eduardo Galeano, talvez o mais famoso dos frequentadores.

Galeano ia ao café para dar entrevistas, ler os jornais do dia, responder a cartas de amigos distantes, ver o tempo passar. Em uma entrevista, o escritor afirmou que os cafés de Montevideo pertencem a uma época “em que havia tempo para perder tempo”. “Os cafés foram a minha única universidade”, disse Galeano. Hoje, sempre que o Café Brasilero estiver com as portas abertas, uma foto de Galeano é iluminada por uma das luminárias do lugar.




Texto extraído de: https://biblioteca.pucrs.br/curiosidades-literarias/que-literatura-ha-nas-mesas-do-cafe-brasilero/


 

CAFÉ COM LETRAS: O CAFÉ BRASILERO E EDUARDO GALEANO (PARTE 2)

 A primeira noite do Café Brasilero sem Eduardo Galeano (14/04/2015)



 Pouco antes do meio-dia desta segunda-feira (13/4) a notícia da morte do escritor Eduardo Galeano, aos 74 anos, anunciada ainda na manhã, era comentada pelas pessoas na rua 18 de Julio, uma das principais avenidas de Montevidéu. Um jovem atendente de uma loja de cosméticos falava com sua colega de trabalho sobre os anos de escola e as leituras obrigatórias do autor de As veias abertas da América Latina – uma obra de fortíssimo impacto histórico, além de ser aquele livro que tios sabichões adoram comentar em churrascos de família:
Sabe aquilo que vocês aprenderam na escola sobre a colonização da América? Pode esquecer tudo! A verdade está neste livro aqui ó!

No entanto, nenhum ponto da capital do Uruguai sofreu tanto com a morte do escritor quanto o Café Brasilero, bar e restaurante fundado em 1877 (por um brasileiro, que trouxe sacas de café no porto) e que, por décadas, recebia Galeano ao menos uma vez por semana.

De estilo clássico, o bar fica na Cidade Velha, porção mais antiga de Montevidéu, que no passado era murada. Com um balcão muito bonito, enfeitado com vitrines recheadas de tortas e doces, possui uma parede tomada por bebidas que, sob o efeito da iluminação de antigos lustres, ganha um ar único. Nas laterais, fotos antigas, algumas de ruas, outras de monumentos históricos e, claro, algumas do mais famoso (e assíduo) cliente.


Galeano sentava na primeira mesa, que fica como um guichê, aberto, de frente para a rua. Lia o jornal e tomava seu café por ali – e era exatamente “o seu”, o Café Galeano, em que a bebida tradicional ganhava uma camada de doce de leite e outra de licor Amaretto.

Era como família para a gente, disse-me a proprietária do Café Brasileño, vinha todas as semanas, não era incomodado, nunca o vi conceder entrevistas aqui – e nem nós nunca o fizemos.

Coincidentemente, no dia de sua morte, a primeira coletiva de imprensa seria realizada ali, em sua cadeira cativa, às 19h30. Equipes de televisão argentinas e uruguaias já posicionavam suas câmeras de frente para sua, até então, tão indiscreta janela. A própria imprensa uruguaia o respeitou em seus minutos finais. Comenta-se por aqui que os jornalistas já sabiam de sua frágil condição de saúde (tratava um câncer no pulmão) e ele estava no maior hospital da capital. A notícia de sua morte já era de conhecimento desde as primeiras horas da manhã, mas, em respeito à família, só divulgaram os boletins às 10h30.

O corpo de Galeano será velado em cerimônia pública no imponente Palácio do Legislativo, em um espaço chamado Salão dos Passos Perdidos, onde se velam presidentes e senadores da nação uruguaia.

Enquanto isso, durante todo o dia, uma espécie de homenagem fúnebre acontecia, de maneira mais leve e romântica, no bar que o escritor frequentou com tanto carinho. Em poucos minutos, entraram dezenas de turistas e moradores uruguaios. Um porto-riquenho perguntou se o corpo seria velado ali mesmo. Pessoas reduziam a marcha na estreita rua para tirar uma foto com seus celulares. A partir de hoje, quem passar em frente ao Café Brasilero, encontrará a mesa da janela vazia.



Texto extraído de: http://homembenigno.com.br/2015/04/14/a-primeira-noite-do-cafe-brasilero-sem-eduardo-galeano/


CAFÉ COM LETRAS: O CAFÉ BRASILERO E EDUARDO GALEANO (PARTE 1)

Um gole de Galeano no Café Brasileiro (2014)

Montevidéu tem seus próprios ventos, que se parecem, em muito, com crônicas de cidade pequena. Além de estreita, antiga. Onde prédios velhos se tocam no alto do céu e olhos se cumprimentam nas praças regadas de folhas. Cafés que falam muitas línguas recebem durante o dia linguagens de todas as partes. São gestos de histórias vizinhas contracenando com sentimentos interioranos que a capital uruguaia abriga em si. Não deixam de captar os olhares, as vozes, as vidas.
Uma das ruas mais antigas de Montevidéu é também a que abriga o Café Brasileiro, um dos espaços mais charmosos de Ciudad Vieja, com arquitetura típica do século 19. Ali, onde o vento do lado de fora parecia fazer a curva para o continente, foi que esperamos pelo encontro com Eduardo Galeano, um dos maiores escritores de nossa América Latina.
Enquanto contávamos os minutos para sua chegada, as fotografias nas paredes revelavam a proximidade que o autor tinha com o local. Eram inúmeras fotos suas. Não seria, então, coincidência estarmos ali, em um lugar escolhido por ele, naquela manhã de sábado. Devia ser seu mais aconchegante quintal, no qual nos acomodamos logo, sem saber se pelo apreço visual da madeira fria que estruturava o local, ou pelo cheiro de um café tão tipicamente próximo ao nosso. As duas coisas, talvez.


Galeano chegou acompanhado de sua filha Florência, e entrou sorrateiro, sem que escutássemos o barulho de seus passos. Quando nos demos por encontrados, tomou-nos as mãos e cumprimentou-nos carinhosamente.
“Veja se isso aqui não parece um romance policial”, atestou. “Quando olhei vocês dois aqui sentados, disse logo à Florência: são eles!”, sorriu com um humor de quem se sente em casa. Não demoramos a deixar nossos olhares curiosos de tudo focarem em seus olhos azuis, capazes de iluminar todo o ambiente.
Antes mesmo de o café chegar, contamos a ele o motivo que nos levara ali – uma tenra admiração junto à vontade de estabelecer conversa com vozes e olhares. O que falaríamos a um jornalista que já havia concedido inúmeras entrevistas a tantos veículos? Que a conversa fluísse, pois. Que pudéssemos assentar em um sábado de sua vida e compreender o que as histórias e a despretensão de estar ali, junto a ele, nos trouxessem às mãos.
O primeiro gole de cappuccino veio quando comentamos sobre as propagandas políticas que vimos a caminho do encontro, e sobre as eleições presidenciais que também acontecerão esse ano no Uruguai. Galeano não demorou a enfatizar suas percepções sobre o assunto, apontando, com os dedos pouco acima da mesa, para as ruas que cercavam o Café.

“Eu não entendo a política uruguaia”, afirmou. “A divisão partidária me confunde. Aqui, dentro de um partido que se assume como ‘esquerda’, existem frentes conservadoras e outras de extrema esquerda que disputam entre si. Então, antes do embate eleitoral, existe uma discussão de quem é que lidera o partido. Nunca vou entender isso”, completou, afirmando ainda a dificuldade que há em se estabelecer uma linha de governo dessa forma.
Quando se tratou de política, o autor de As Veias Abertas da América Latina não ousou deixar de lado o peso histórico das ditaduras militares que se espalharam pelo continente no século 20. Jornalista exilado por duas vezes, Galeano esteve no Brasil em anos de chumbo, quando trabalhava para um jornal de Montevidéu, e seu editor pediu que escrevesse sobre a realidade social brasileira com a ditadura.
“Ele pediu que eu fosse ao Brasil, mas, por ter ido diversas vezes ao país, disse que o faria do Uruguai mesmo. Insistiu e eu fui até o Rio de Janeiro. Queria que eu visse o modo como as pessoas viviam a ditadura nas ruas. O que mais me chamou a atenção foi uma frase em um muro, que pedia que o governo brasileiro ‘fosse logo entregue nas mãos de Charles Elbrick’, embaixador estadunidense na época”, assinalou, rindo do quanto aquela frase era certeira ao resumir suas impressões sobre aquele período. “Aquilo materializava a insatisfação diante dos rumos que o país tomava”, concluiu.
Observávamos a naturalidade com que Galeano enunciava. Era terno ao fazê-lo. Não havia dúvidas de que sua sutileza com as palavras, expressa principalmente em O Livro dos Abraços, que contou-nos ser seu preferido, também se refletia na calma e tranquilidade de sua fala.

Ao se tratar de anos ditatoriais, contamos o quanto veículos brasileiros têm trazido à tona as memórias da resistência com relação ao regime militar. Citamos o exemplo das histórias que retratam a realidade das universidades brasileiras na época e o quanto esses espaços, que sempre foram considerados centros de resistência e formação ideológica social, foram claramente reprimidos pelo governo.
Havia temor ante o crescimento de ideias opositoras, o que culminava na infiltração de pessoas ligadas à ditadura no espaço universitário e a exclusão de alunos e professores considerados rebeldes. Hoje, a sobrevivência destes locais representa um símbolo de resistência àquele governo. Sobre isso, relatou a maneira similar com que a ditadura uruguaia agiu naqueles anos.

“A MEMÓRIA TEM MÃOS”
“A ditadura uruguaia agiu de forma parecida. Este Café, por exemplo, foi reconstruído pelas mãos da memória. Porque a memória tem mãos. Por três vezes, esse espaço foi destruído pela ditadura. Era considerado um local de típico encontro da classe intelectual daqui. Vinham com um caminhão durante a noite e desmanchavam o lugar. Arrancavam os pisos, retiravam as mesas e cadeiras, roubavam os lustres. No entanto, os frequentadores sempre tinham a disposição de reconstruir o Café através de suas lembranças em fotos e fatos”, contou-nos com brilho nos olhos que ora miravam em nós, ora nas paredes com fotografias de velhos conhecidos.
Lembrou-se também de uma vez que esteve em Leningrado – sua filha o corrigiu atentando ao atual nome, São Petersburgo –, quando as pontes da cidade, que foram destruídas pela guerra, estavam sendo reconstruídas por moradores através de fotografias. A memória parecia dar-lhe as mãos, ali.

O suspiro forte das lembranças abriu espaço para que nos entregasse dois de seus livros, Mulheres e Dias e noites de amor e de guerra, que trouxera especialmente para nos presentear. Assinou com doçura. “Abraços, Galeano”, desenhando um porquinho abaixo de seu nome. Também fez isso nos livros que trouxemos para receber sua assinatura.
Quando perguntado sobre a escolha desse animalzinho, não demorou a dizer que “alguns escritores escolhem dragões e serpentes como mascotes de suas obras e assinaturas. Eu escolhi o porquinho, pois ninguém o havia escolhido. Gosto do porquinho”. Sua graça fez com que todos à mesa sorrissem.
O relógio batia meio-dia, mas o charme matinal uruguaio não nos tirava o sentimento de que ainda pareciam nove da manhã. Galeano aproximou-se da mesa tanto quanto se achegou a nós. Perguntou-nos onde vivíamos no Brasil. “Vivemos entre São Paulo e Rio de Janeiro”, respondemos. Como conviesse, perguntamos se lhe agradavam cidades como as nossas, mas nosso Eduardo foi enfático ao negar o apreço às grandes metrópoles.
“Não gosto de cidades grandes, como São Paulo. Elas têm caos demais. Gosto de Montevidéu porque consigo compreendê-la. Não se pode compreender uma cidade como São Paulo. Por isso escolhi viver aqui e sempre para cá voltar”, disse. Entreolhamo-nos pelo tempo em que o termo compreensão ressoou no ambiente.
Eduardo foi se levantando com os presentes em mãos. Despedimo-nos com um cumprimento ainda mais carinhoso que o da chegada. “Ainda vamos nos rever”, disse, por fim. “As mãos da memória sempre trabalham por encontros assim”, quisemos entender. Agradeceu com os olhos. Agradecemos. Não como quando um livro termina por nos inspirar, mas, quando um novo nos segura logo na primeira página. “Até breve”, sentimos.

Texto extraído de: https://outraspalavras.net/outrasmidias/um-gole-de-galeano-no-cafe-brasileiro/

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Mercedes Sosa - Un son para Portinari (Acústico)

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Mercedes Sosa - Marrón

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Mercedes Sosa - Indulto

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Inti Illimani - A la caza del ñandú - Encuentro en el Estudio

quarta-feira, 19 de maio de 2021

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Toninho Horta – Diamond Land (1988)







🎧 ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: ÁLBUM BELO (2019) - TONINHO HORTA E ORQUESTRA FANTASMA



Durango Kid (part. Euler Andrade) (Toninho Horta e Fernando Brant)
Saguin (Toninho Horta)
Beijo Partido (part. Lisa Ono) (Toninho Horta)
Bons Amigos (Toninho Horta e Ronaldo Bastos)
Aqui Ó! (part. João Bosco e Robertinho Silva) (Toninho Horta e Fernando Brant)
Meu Canário Vizinho Azul (part. Nivaldo Ornelas e Robertinho Silva) (Toninho Horta)
Pedra da Lua (part. Joyce Moreno) (Toninho Horta e Cacaso)
Céu de Brasília (Toninho Horta e Fernando Brant)
Belo Horizonte (part. Coral Mater Ecclesiae e Tadeu Franco) (Toninho Horta)

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Toninho Horta - Durango Kid (1993)


Céu de Brasília (Sky of Brasília)
Vento (Wind)
Diana
Across The Universe
Composição – John Lennon
Soccer Ball (Bola De Futebol)
Serenade / Ouro Preto
Dreaming About My First Love (Sonhando Com O Meu Primeiro Amor)
For My Children (Pras Crianças)
Waiting For Angela (Esperando Anginha)
Durango Kid

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Jazz Cafe Music for Study, Work, Relax

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Living Coffee

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Mostly Martha

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Meditação - Monoman

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Rainy Jazz

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Chill Lounge: Night Jazz Piano

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Work Cafe

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Piano Jazz: Relax Slow Jazz Piano Coffee

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Relaxing Jazz Piano Radio - Slow Jazz Music

ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Toninho Horta - Pilar (1988)


ESQUINAS DE TANTAS MÚSICAS: Guitarra Instrumental Ambiente Relaxar - Jazz Lounge Music



INFOGRÁFICO CAFÉ #35: TIPOS DE CAFÉ COM FOCO NA QUANTIDADE E VARIEDADE DOS ELEMENTOS

 



Fonte: https://www.mexidodeideias.com.br/wp-content/uploads//2014/02/PC05_Tipos1.jpg

HOME COFFEE: IDEAIS PARA UM CAFÉ EM CASA...

 Cafeteira Mondial Expresso Coffee Premium C 08 15 Bar

domingo, 16 de maio de 2021

HOME COFFEE: IDEIAS PARA UM CAFÉ EM CASA...

 


Fonte Figura: https://casaeconstrucao.org/decoracao/cantinho-do-cafe/


HOME COFFEE: IDEIAS PARA UM CAFÉ EM CASA...

 


Fonte Figura: https://casaeconstrucao.org/decoracao/cantinho-do-cafe/



HOME COFFEE: IDEIAS PARA UM CAFÉ EM CASA...

 


Fonte Figura: https://casaeconstrucao.org/decoracao/cantinho-do-cafe/




HOME COFFEE: IDEIAS PARA UM CAFÉ EM CASA...

 


Fonte Figura: https://casaeconstrucao.org/decoracao/cantinho-do-cafe/




HOME COFFEE: IDEIAS PARA UM CAFÉ EM CASA...

 



Fonte Figura: https://casaeconstrucao.org/decoracao/cantinho-do-cafe/



HOME COFFEE: IDEIAS PARA UM CAFÉ EM CASA...

 


Fonte Figura: https://www.mobly.com.br/blog/inspiracoes/cantinho-do-cafe-11-ideias/


HOME COFFEE: IDEIAS PARA UM CAFÉ EM CASA...



Fonte Figura: https://www.mobly.com.br/blog/inspiracoes/cantinho-do-cafe-11-ideias/


CAFÉ PELO MUNDO: ITÁLIA



A relação da Itália com o café está intrinsecamente ligada à história do café, desde as técnicas e rituais de preparação para chegar ao cafezinho como o conhecemos hoje, até os locais onde amamos tomar essa bebida.

Conta-se que se ouviu falar sobre o café no Ocidente pela primeira vez por um alemão, Leonarf Ranwolf, que havia viajado para o Oriente. Depois dele, o botânico italiano Próspero Alpini foi para o Egito, como médico pessoal do cônsul de Veneza, e lá estudou plantas raras ou desconhecidas. De volta à Europa publicou diversos livros sobre seus estudos de plantas, em um deles, “De Medicina Aegyptiorum”, publicado em Veneza, em 1591, ele apresenta a tamareira, a bananeira, o baobá e faz a primeira descrição de um pé de café para a Europa.



Com o café chegando na Europa, sendo muito apreciado já pelos turcos muçulmanos, empregado em ritos dervixes sufistas e consumido também por tribos africanas não cristãs, diversos sacerdotes italianos insistiram para que o Papa Clemente VIII (1536-1605) proibisse o café para os católicos.

O Papa decidiu experimentar um café da melhor qualidade antes de aceitar o pedido. No livro “Coffee: a Connoisseur´s Companion” de Claudia Roden, conta-se que ele falou: “Bem, esta bebida de satanás é tão deliciosa que seria um pecado deixar que somente os infiéis a utilizem. Enganemos satanás batizando-a”. Liberando, então, o cafezinho.


O PRIMEIRO CAFÉ PÚBLICO

Passam cerca de vinte anos até o café chegar de fato na Europa, também por terras italianas e também em Veneza, pelo seu porto, em 1615. Trinta anos depois, é nesta mesma cidade que surge o primeiro café público, em 1643, e na cidade de Gênova. No final do século XVII quase todas as cidades italianas tinham uma cafeteria e outras muitas tiveram suas casas de café, entre elas, Caffè Greco em Roma, Caffè Pedrocchi em Pádua e Caffè San Carlo, em Turim. O que dava mais atenção a esses cafés, eram as pessoas famosas e intelectuais que frequentavam os estabelecimentos.

“Bem, esta bebida de satanás é tão deliciosa que seria um pecado deixar que somente os infiéis a utilizem. Enganemos satanás batizando-a”

E é também em Veneza que se estabeleceu na Praça de São Marcos, em 1720, o Caffè Florian, a mais antiga cafeteria em operação contínua da história. Quem for para Veneza, não deve deixar de visitar e claro, tomar um cafezinho!



CAFÉ EM CASA

É na Itália que foi criado, também, o primeiro aparelho para preparar café em casa: a caffettiera napolitana. Inventada na cidade de Nápoles, a cafeteira doméstica conhecida como cuccumellafoi baseada na primeira cafeteira de filtro feita em 1691 pelo francês Du Belloy.

Em Nápoles, o café foi difundido ao final século XVIII, devido à um livro do gastrônomo Pietro Corrado, que trazia uma canção de tributo à bebida.

As pessoas começaram a usar esta cafeteira para preparar três ou quatro xícaras de café ao mesmo tempo, e saborear a bebida em casa, tornando o cafezinho no final da refeição algo ritualístico na Itália e, se difundindo depois, para o mundo.

Cafeteira Napolitana cuccumella



O preparo do café na cafeteira Napolitana é pouco conhecido, principalmente por que, quando se fala em cafeteira italiana, como aqui no Brasil, nos referimos à Moka. A cafeteira Napolitana resulta um café encorpado, porém mais suave que a Moka, a moagem do café também tem de ser um pouco mais grossa que a usada para a Moka.


Cafeteira Italiana Moka

A cafeteira moka faz o café por meio do vapor de água. Seu nome foi dado em homenagem a cidade de Moca, no Iêmen, famosa pela qualidade do café que produzia. Patenteada pelo inventor Luigi De Ponti em nome de Alfonso Bialetti, em 1933, tinha uma produção artesanal e limitada ao mercado local. No início dos anos 50, Renato Bialetti, filho de Alfonso, apostou na publicidade tornando-a um sucesso de vendas. O modelo utilizado hoje nas casas italianas ou brasileiras é praticamente o mesmo criado em 1933.


UN ESPRESSO PERFAVORE!

Além das cafeteiras domésticas, os italianos também criaram e disseminaram pelo mundo a máquina de café expresso. O método, em italiano “espresso” é sinônimo de “feito no momento” e foi concebido para reduzir o tempo de elaboração da bebida em bares e restaurantes.

O primeiro protótipo de máquina de espresso é de 1855 e foi apresentado na Exposição Universal de Paris. Poucos anos depois, em 1901, um engenheiro de Milão, Luigi Bezzera inventa a primeira máquina de espresso à vapor. Sua patente influencia a pesquisa nesta área por diversas empresas italianas.

Em 1947, logo após a Segunda Guerra Mundial, um proprietário de bar, Achille Gaggia, após muitas tentativas, consegue chegar a uma máquina que produz um café que realmente agradasse seu paladar e a patenteia. Conta-se que ele, na verdade, teria comprado a invenção de Rosseta Scorsa. De qualquer forma, é esta máquina que introduz a extração sob pressão, permitindo obter a bebida mais concentrada e aromática, coberta por um creme denso cor de avelã em toda a superfície da xícara: o espresso tal como conhecemos hoje.



Os italianos apreciam tanto o café que o “café espresso” é o café básico de lá. Como assim? Se você entra em um bar e pede simplesmente “um café”, te servem um espresso. Lá, um espresso se bebe todas as horas do dia, normalmente de pé em um balcão ou após as refeições. Praticamente como bebemos o nosso café coado.

Agora, atenção, se você pedir um “espresso” não se assuste: você vai receber um café num copinho ou numa pequena xícara, como um “shot”. Ele é servido em menor quantidade de uma bebida bem concentrada, que retém todas as características principais do café, que claro, eles muito se orgulham.

Combinado com outros ingredientes, os italianos criaram também as mais famosas bebidas que têm o café como base: o Cappuccino e o Macchiato.

Diferente de aqui no Brasil, o Cappuccino italiano não leva chocolate e costuma ser consumido apenas pela manhã, acompanhado de um croissant.

Para dar conta de uma grande variedade de possibilidades de combinações de cafés e de um consumo de cerca de 5,6 kg por pessoa de café por ano, os italianos também são um dos maiores importadores de café do planeta.


Texto extraído de: https://www.graogourmet.com/blog/cafe-no-mundo-italia/
Fonte Figuras: https://www.graogourmet.com/blog/cafe-no-mundo-italia/


terça-feira, 4 de maio de 2021

HISTÓRA DAS MARCAS: ILLY

O aroma e o sabor que o mundo conhece como sendo o do café “espresso” perfeito consumido em residências, escritórios, lojas, bares e restaurantes, se devem em grande parte à arte e à ciência desenvolvidas ao longo das últimas oito décadas pela italiana ILLY. A combinação perfeita da tradição italiana com a mais avançada tecnologia de produção torna o gosto e o aroma do café em uma recompensa inesquecível para os sentidos. Do perfeito equilíbrio de seus blends, provenientes da América do Sul e Central, Índia e África, nasce o inconfundível sabor ILLY, sempre constante, em todas as xícaras, em qualquer parte do mundo onde seja apreciado.

A história da marca começou quando um homem, de origem húngara, chamado Francesco Illy, chegou a Trieste, na Itália, logo após a Primeira Guerra Mundial. Formado em economia, ele se identificou com a cidade que tinha acabado de ser anexada ao Reino da Itália, e iniciou uma atividade empresarial no setor do cacau e do café para depois decidir dedicar-se exclusivamente ao café. Afinal, a cidade portuária de Trieste à beira do Adriático era um entreposto vibrante, o local mais adequado para receber café da África e da América do Sul, processá-lo e mandá-lo para as metrópoles europeias. Assim nasceu a ILLY CAFFÉ
 no dia 23 de julho de 1933.




Venha conhecer a trajetória da Illy, a empresa das inconfundíveis latinhas de café. Acesse "Mundo das Marcas Illy".


HISTÓRIA DAS MARCAS: NESPRESSO

A NESPRESSO não inventou o café. Tão pouco a forma como bebê-lo. Apenas introduziu uma nova forma de fazê-lo, mudando a maneira como milhões de pessoas ao redor do mundo começam o dia e terminam suas refeições à noite. Com cafés da mais alta qualidade e máquinas modernas que mais parecem um objeto de decoração, a marca suíça oferece o “espresso perfeito” xícara após xícara.




Acesse "Mundo das Marcas Nespresso" para conhecer esta história.