sexta-feira, 30 de março de 2018

SEIS MAIORES ESTADOS PRODUTORES DOS CAFÉS DO BRASIL ATINGIRAM 98% DO VOLUME DA SAFRA DE 2017


Minas Gerais participou com 54,3% da produção nacional de café, Espírito Santo com 19,7%, São Paulo - 9,8%, Bahia - 7,5%, Rondônia - 4,3% e Paraná com 2,7%.

A safra brasileira dos Cafés do Brasil atingiu em 2017 um volume total equivalente a 44,97 milhões de sacas de 60kg, o que representa uma redução de 12,5% em relação à safra anterior. Nesse volume, a produção do café arábica somou 34,25 milhões de sacas, a qual teve uma redução de 21,1%, devido ao ciclo da bienalidade negativa dessa espécie de café, fenômeno que alterna produtividade menor em um ano com maior no ano seguinte. E, em contrapartida, a produção do café conilon totalizou 10,72 milhões de sacas de 60kg, representando um crescimento expressivo de 34,2%, também em relação à safra anterior.



A área total de cultivo dos Cafés do Brasil, em 2017, somou 2,21 milhões de hectares, número que representa uma diminuição de 0,6%. Essa área de cultivo está subdividida em 1,87 milhão de hectares em produção, que também teve redução estimada em 4,3%, e uma área em formação de 344,9 mil hectares com uma expansão apurada de 26,4%, cujos números também foram comparados com a safra de 2016. No ano de 2016, a produção foi de 51,37 milhões de sacas de 60kg e produtividade média de 26,33 sacas por hectare. Com relação à safra de 2017, ora em destaque, a qual teve uma produtividade média de 24,10 sacas por hectare, representou uma variação percentual negativa de 8,5% em comparação com a anterior.

Esses números da produção da safra brasileira, entre vários outros assuntos de interesse do agronegócio café, objeto dessas análises e divulgação, constam do Acompanhamento da Safra Brasileira de Café, V.4 – Safra 2017 – quarto levantamento. Dez. de 2017, da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, que está disponível na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café coordenado pela Embrapa Café.

Referido Acompanhamento da CONAB demonstra ainda que o maior estado produtor de café do País – Minas Gerais – participou com 54,3% da produção nacional em 2017, pois obteve um volume corresponde a 24,45 milhões de sacas de 60kg, número que foi 20,4% menor que a safra 2016. 

O segundo estado maior produtor – Espírito Santo – teve uma produção de 8,86 milhões de sacas (19,7%), o terceiro São Paulo 4,41 milhões de sacas (9,8%), seguido pela Bahia, com 3,36 milhões de sacas (7,5%), Rondônia com 1,94 milhões de sacas (4,3%), e, em sexto lugar, o Paraná com 1,21 milhões de sacas (2,7%). Os demais estados produtores corresponderam aproximadamente a 1,7%.

O Levantamento da CONAB ressalta ainda nas suas análises, no que concerne especificamente ao balanço geral da oferta e demanda dos Cafés do Brasil que, com esse volume da safra de 2017, as perspectivas da oferta das duas espécies de café - arábica e conilon - para os mercados nacional e internacional deverá ser restrita, principalmente no período da entressafra. Tal circunstância se deve ao fato de que a demanda total do produto, considerando tanto o consumo interno estimado em 21,5 milhões de sacas, como as exportações, em torno de 30,5 milhões de sacas, números considerados para o fechamento do quadro de suprimento de 2017,  será  de  aproximadamente 52 milhões de sacas que, potencialmente, poderá gerar algum tipo de  déficit no abastecimento.

Acesse o site do Observatório do Café e leia na íntegra as análises e números constantes do Acompanhamento da Safra Brasileira de Café, V.4 – Safra 2017 – quarto levantamento. Dez. de 2017, o qual traz informações e dados, além da estimativa da área cultivada, produção e produtividade, também divulga dados sobre o crédito rural na cafeicultura, monitoramento agrícola, avaliação por estado produtor (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso e Amazonas), receita bruta, análise de mercado do café beneficiado, parque cafeeiro e calendário de colheita.



Fonte:
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/31081641/seis-maiores-estados-produtores-dos-cafes-do-brasil-atingiram-98-do-volume-da-safra-de-2017

(2017) TOP 10 – MAIORES PRODUTORES DE CAFÉ DO MUNDO


Com uma cafeteria em quase todos os cantos em inúmeras cidades ao redor do globo, não é surpresa que o café seja uma das principais mercadorias em todo o mundo.


Como a terceira bebida mais consumida a nível global, depois da água e chá, os grãos de café estão em alta demanda em todos os lugares.

Em relação às principais nações produtoras, cada uma produz milhões de quilogramas de grãos de café que encontram seu caminho nas mãos de consumidores ansiosos. E posicionado apenas depois do petróleo, o café é a segunda mercadoria mais negociada do mundo, com cerca de meio trilhão de copos consumidos por ano.

E não apenas usado para preparação de uma xícara, o grão de café, através do processo de retirada da cafeína, fornece a mesma para bebidas de cola, produtos farmacêuticos e cosméticos. Nesta seleção estão os 10 maiores produtores de café do mundo, de acordo com a classificação da International Coffee Organization, nas estatísticas de produção de 2014.

10° Guatemala
Guatemala produziu 210.000.000 kg de grãos de café em 2014, e os números de produção mantiveram-se bastante consistentes ao longo dos últimos anos. Os grãos de café são mais abundantes na Guatemala em anos onde a temperatura oscila entre 16 e 32°C, e em altitudes entre 500 e 5.000 metros acima do nível do mar.

9° Uganda
Embora a Uganda possa não possa ser lembrada como grande produtora do café, são 240.000.000 kg produzidos em 2014, sendo principal nação exportadora da região central africana. A nação produz os grãos Robusta, um nativo da cultura para área florestal de Kibale, bem como os grãos arábica da próxima Etiópia.

8° México
Em 2014, o México produziu mais de 240.000.000 kg de grãos de café. A nação produz predominantemente grãos de alta qualidade, arábica, e é responsável pela maior parte das importações do café dos Estados Unidos.

7° Honduras
Honduras produziu 279.000.000 kg de café em 2014, uma diminuição acentuada da safra de 2011 de 354.180.000 quilos. A queda foi atribuída à falta da marca nacional, enquanto a maioria das pessoas reconhece o café colombiano ou etíope, os grãos de Honduras são principalmente usados em misturas e são, portanto, menos reconhecíveis para o consumidor médio.

6° Índia
Embora a Índia não possa ser o primeiro pais lembrado quando se trata de produção de café, são produzidos 344.760.000 kg de grãos em 2014. Os grãos são produzidos por pequenos produtores em condições de chuvas de monção, e muitas vezes plantados ao lado de especiarias, como cardamomo e canela, que proporciona ao café um sabor picante e aroma.

5° Etiópia
Etiópia produz grandes volumes de grãos de café todos os anos, com 397.500.000 kg apenas em 2014 . O país é a casa geográfica do café arábico, os grãos mais populares do mundo.
E não é uma pequena parte da sua economia, mais da metade da renda externa da Etiópia é um resultado do café, e é estimado que 15 milhões de cidadãos sejam empregados na produção de café.

4° Indonésia
Embora não possam ser internacionalmente conhecidos como produtor top, a nação da Indonésia produziu mais de 540.000.000 kg de grãos de café em 2014.
A Indonésia optou por um método de quantidade em detrimento da qualidade, como o clima é mais adequado para a produção de baixa qualidade de grãos Robusta, menos valorizados do que grãos arábica que vêm de nações como Brasil e Colômbia.

3° Colômbia
O café colombiano é famoso pelo mundo todo, talvez parcialmente pelos anúncios bem conhecidos para Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia, que apresentou um personagem chamado Juan Valdez.
E mesmo com os efeitos do clima, com uma produção de 750.000.000 kg de grãos de café em 2014, a Colômbia continua sendo um elemento chave no cenário internacional do café.

2° Vietnã
Enquanto muitos são familiarizados com o café vietnamita, uma bebida de assinatura onde o café é misturado com leite condensado, o país é o segundo maior produtor de café no mundo, sendo 1.650.000.000 kg somente em 2014.
Mesmo durante e após a Guerra do Vietnã, o café permaneceu uma grande parte da economia vietnamita, somente perde para a exportação de arroz.

1° Brasil
Enquanto o Brasil é visto como o exportador líder de lindas modelos, é também, indiscutivelmente, a maior nação produtora de café do mundo. Em 2014, o país produziu um escalonamento de 2.720.520.000 kg de grãos de café.


E não é um novo desenvolvimento, pois o Brasil tem sido o maior produtor global de grãos de café por mais de 100 anos. As plantações de café cobrem cerca de 27.000 km² do país, em sua maioria localizada em Minas Gerais, São Paulo, e Paraná, 3 estados onde o clima e temperatura são ideais para produção do café.


O Brasil também se distingue de outras nações produtoras de café, com o processo seco, onde os grãos de café são secos ao sol, em vez de lavados em um processo molhado comumente feito em vários países.


Fonte:
http://portal.cocapec.com.br/noticias/cafe/top-10-maiores-produtores-de-cafe-do-mundo/


‘CAFÉ ESPECIAL’ BRASILEIRO É OURO EM GRÃO PARA PEQUENOS PRODUTORES


“Aqui, nós sempre produzimos café comum, e mal conseguíamos sobreviver com esta produção. Nunca pensamos que poderíamos fazer café especial”, conta Afonso Abreu de Lacerda, assinalando que não sabia que tinha “tal tesouro entre os dedos”.



Na ladeiras das montanhas de Caparaó, entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, o agricultor de 45 anos e seus vizinhos acabaram de colher manualmente as bagas vermelhas e amarelas dos arbustos de até dois metros de altura.

Eles produzirão o café Arabica “especial”, com qualidade e preço muito superiores ao café comum, do qual o Brasil é o maior produtor mundial.

Este café de qualidade superior permite que os produtores escapem das flutuações dos preços mundiais e garantam sua renda.

Depois de classificar as “cerejas” de café de acordo com seu nível de maturidade, ou seja, as cascas semi-rígidas que servem de abrigo aos grãos, e retirarem sua polpa com a ajuda de uma máquina, Afonso lava os grãos maduros e os dispõem sob estufas abertas, construídas abaixo da plantação de 20 hectares.

De oito a dez vezes por dia, ele e seus dois irmãos, Ademir e José Alexandre, também cafeicultores, revolvem os grãos com um ancinho para garantir uma secagem uniforme, que, dependendo da estação, pode durar até um mês.

“Antes, colhíamos todas as cerejas de café ao mesmo tempo, inclusive as que não tinham chegado ao nivel ideal de maduração. Colocávamos todas no chão para secar, sem ter tirado a casca e quando chovia, cobríamos com uma lona de plastico. Anteriormente, colhíamos todas as cerejas de café ao mesmo tempo, incluindo as que ainda não tinham chegado ao nível ideal de maturação”, explica.

“Colocávamos as cerejas para que secassem ao sol, sem descascá-las, e cobríamos com uma lona quando chovia”, recorda.

Depois, vendiam tudo para as empresas de torrefação “que misturavam todos os grãos, qualquer fosse a qualidade deles”.

A 1.180 metros de altitude, a propriedade, localizada em Forquilha do Rio, em Dores do Rio Preto, pertenceu ao avô e depois ao pais de Afonso, que como nas demais pequenas fazendas familiais da região produziam café segundo este método e viviam em dificuldades.


O MELHOR DOS GRÃOS

Após uma visita de um técnico do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) há uma década, Afonso e seus irmãos descobriram que sua plantação tinha potencial para produzir café de alta qualidade.

“Nosso solo é ideal, mas devíamos melhorar nossos métodos de trabalho, especialmente o processo pós-colheita”, explica Afonso.

Em seguida, participou de formações e treinamentos com outros agricultores e em 2009 recebeu das autoridades públicas uma máquina para triagem e uma despolpadeira.

No ano seguinte, Afonso ganhou, para sua surpresa, uma competição regional de café de alta qualidade, antes de conquistar vários títulos nacionais.

Hoje, dos quase 750 sacos de 60 kg produzidos a cada ano em suas duas propriedades, 400 são preenchidos com café especial, que ele vende por até 1.500 reais a unidade, contra os 430 reais cobrados pelo café comum.

– Lista de espera –
Precursores na região, Afonso e seus irmãos agora vendem seus grãos para as melhores lojas especializadas do Brasil e exportam dois terços para vários países, incluindo Estados Unidos, Austrália e Japão.
Como eles, dezenas de cafeicultores das montanhas de Caparaó se voltaram para esse mercado mais exigente, mas mais lucrativo e crescente.
De acordo com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), enquanto a demanda global por café comum vem aumentando 2% por ano, enquanto que o aumento para o café superior está crescendo entre 10 para 15%.

“No começo, tínhamos que ir até os clientes; hoje temos uma lista de espera de compradores”, ressalta Cecilia Nakao, de 53 anos, produtora e barista profissional.

Em sua pousada, perto da fazenda de Afonso, esta especialista prova cafés como se fossem vinhos e aconselha os cafeicultores.

“Com a produção desse tipo de café, o agricultor se aproxima do consumidor final e do próprio produto dele e pode permitir-se de ser mais exigente com seus intermediários”, diz ela.

“Para um pequeno cafeicultor brasileiro, tornar-se um ator-chave do mercado é algo muito novo”, destaca.



Fonte:
http://jorgequadros.com.br/cafe-especial-brasileiro-e-ouro-em-grao-para-pequenos-produtores/ 

A IMPORTÂNCIA DO PEQUENO PRODUTOR PARA O SETOR CAFEEIRO


O pequeno produtor da cadeia agropecuária desempenha um papel tão importante no Brasil que o sistema é referência para outros países. Segundo dados de 2015 do Governo Federal, pequenos agricultores produzem cerca de 70% dos alimentos consumidos no país e suas propriedades empregam 80% da mão de obra rural. Essas informações mostram o quanto a atividade agropecuária do pequeno e médio produtor é estratégica para o abastecimento da população.


No que diz respeito ao café, 80% da produção provém da agricultura familiar e, ainda, segundo dados do Ministério da Agricultura, a cadeia emprega mais de oito milhões de pessoas, consolidando a posição do café como uma importante fonte de renda.

Em um mundo onde a população cresce em ritmo acelerado e muitas pessoas ainda não têm acesso a alimentação de qualidade, o papel do pequeno produtor é essencial para garantir a segurança alimentar da população brasileira.

De acordo com dados obtidos com a OIC, o consumo mundial de café em 2015 foi 2,24% superior ao volume produzido  no mesmo período, e a tendência é que esse número aumente cada vez mais. A produção precisa se adequar para atender a demanda crescente, mas para isso será necessário adotar tecnologias e boas práticas agrícolas que aumentem sua produtividade sem prejudicar o meio ambiente. Ao mesmo tempo em que a situação se mostra desafiadora, é onde também florescem boas oportunidades.

Não é novidade que o Brasil produz cafés diferenciados por sua qualidade e pela sustentabilidade na produção. Há uma enorme variedade de cafés especiais, pois temos diversos climas, tipos de solo e altitudes nos 7 principais estados produtores de café. Estudos mostram que não só os países desenvolvidos são os grandes consumidores de cafés especiais, como também os brasileiros têm se interessado cada vez mais por esses tipos de grãos. A diferenciação, impulsionada pelas exigências do mercado externo, agrega valor ao produto final e traz novas oportunidades de negócio, tornando o mercado de cafés especiais bastante promissor.

O Brasil tem feito sua parte: de acordo com dados do IPEP Cecafé (participação do preço interno no valor fob das exportações brasileiras de café arábica), o produtor brasileiro é o que recebe a maior parcela do preço atribuído ao seu produto, cerca de 75% registrado nos últimos 12 meses. Além disso, há no país programas de financiamento ao produtor do Funcafé e do Ministério de Desenvolvimento Agrário, que visam fornecer crédito para que os agricultores de café possam dar continuidade ao seu trabalho. Há também modalidades que financiam equipamentos. A mecanização é outro ponto de destaque, pois diminui os custos e aumenta o rendimento de colheita. Inicialmente parece um investimento alto, porém estima-se que o retorno seja em média de quatro anos. No caso dos produtores menos capitalizados, pode-se optar inclusive pela locação de máquinas.

Existem diversas alternativas para a adequação dos produtores, e o desenvolvimento de pesquisas para uma produção sustentável é crucial. Porém, nenhuma iniciativa pode cumprir seu papel adequadamente se não estiver ao alcance de execução do pequeno produtor. Por esse motivo, o setor exportador de café, junto com a Plataforma Global do Café, acrescentou ao seu programa Produtor Informado o Currículo de Sustentabilidade do Café. O curso engloba gestão ambiental e da propriedade e técnicas de cultivo para aumentar a produtividade e garantir a perenidade da produção.

É de extrema importância que esses profissionais tenham acesso a informações para gerir melhor sua propriedade, reduzir os custos de produção, ampliar a produtividade e proporcionar aumento da renda. Ao obter seu sustento de forma satisfatória, ele deixa o legado da produção para seus filhos, diminuindo o êxodo rural e garantindo a continuidade do cultivo. E assim o ciclo da produtividade se fecha, gerando benefícios para todos os envolvidos na cadeia cafeeira.


Fonte:
http://www.cecafe.com.br/sustentabilidade/artigos/a-importancia-do-pequeno-produtor-para-o-setor-cafeeiro-20161109/


COOFELIZ - AGRICULTURA FAMILIAR E CAFÉ




A agricultura familiar é muito presente e assume uma grande importância na economia do município de Espera Feliz, sendo o café o principal produto cultivado pelos agricultores familiares. O número de agricultores familiares é de aproximadamente três mil e quinhentas famílias.


Espera Feliz possui 1032 estabelecimentos agrícolas, sendo que desses, 522 utilizam algum tipo de força na lavoura (animal ou mecânica). Dos 1032 estabelecimentos, apenas oito, segundo o Censo Agropecuário de 2006, apresentam produção integrada à indústria.


A área plantada com café é de 9350 hectares, ou seja, o café plantado em 2008 no município ocupou uma área 28% da extensão territorial de Espera Feliz. Em termos percentuais, 98,75% da área de lavoura permanente no município é dedicada ao café (IBGE, 2006). A produção de café no município é de aproximadamente 320 mil (trezentas e vinte mil) sacas, com uma média produtiva de 25 sacas por hectare.


Fonte:
http://www.coofeliz.com.br/quem-somos/agricultura-familiar-e-cafe/
Fonte das Figuras:


http://www.coofeliz.com.br/quem-somos/agricultura-familiar-e-cafe/

ESTADO MG ISENTA AGRICULTORES FAMILIARES DA TAXA DE AUDITORIA NO PROGRAMA CERTIFICA MINAS CAFÉ

Certificação possibilita ao agricultor melhorar a qualidade, agregar valor ao produto e conquistar novos mercados

O Certifica Minas Café conta, em todo o estado, com 1.230 propriedades certificadas

Produtores de café da agricultura familiar em Minas Gerais já podem participar gratuitamente do Programa Certifica Minas Café. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), publicou em 25 de fevereiro, no Diário Oficial de Minas Gerais, a Portaria nº 1.699, que isenta do pagamento de taxa de auditoria os agricultores familiares que já participam ou que desejarem ingressar no programa de certificação. A auditoria consiste em verificar se o produtor cumpriu as normas exigidas para a certificação.  

O Programa Certifica Minas Café é uma iniciativa do Governo de Minas Gerias, por meio da Seapa, e realizado pelo IMA e pelas empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater- MG) e de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

O objetivo é auxiliar os produtores na implantação de boas práticas de produção nas propriedades cafeeiras do estado, fomentando a melhoria da qualidade do produto e sua competitividade nos mercados nacional e internacional.

O Certifica Minas Café conta, em todo o estado, com 1.230 propriedades certificadas, das quais cerca de 380 pertencem à agricultura familiar. A expectativa é que até o final de 2018 mais de 200 novos agricultores familiares ingressem no programa de certificação.


INCLUSÃO

A engenheira agrônoma Teresa Assis, coordenadora do Programa Certifica Minas Café no IMA, argumenta que a isenção possui caráter inclusivo e será importante “na medida em que irá estimular o ingresso dos agricultores no programa de certificação”. 

Ela explica que a cobrança de taxa pela auditoria se dá de forma estratificada, proporcional ao tamanho da área cultivada. Esse valor varia de R$ 58 para produtores com até 5 ha até R$ 656 para aqueles com mais de 500 ha de área plantada.

Para ter direito à isenção da taxa o agricultor familiar deverá ser inscrito no Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) e ter o documento de Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) ativo.

Teresa Assis explica que o primeiro passo para o produtor ingressar no Certifica Minas Café, independentemente de ser ou não da agricultura familiar, consiste em procurar uma unidade da Emater-MG onde o extensionista poderá ajudá-lo a preparar a propriedade quanto ao cumprimento das normas de certificação.

“Após a assistência técnica da Emater-MG, o IMA realiza a avaliação de conformidade (auditoria), quando são verificadas medidas como a adoção de boas práticas agrícolas, a exemplo da manutenção da fertilidade do solo, uso correto de agrotóxicos, rastreabilidade do processo produtivo e respeito às questões socioambientais. Os produtores aprovados nas auditorias passam a ter direito ao uso do selo e do certificado do Programa Certifica Minas Café.  O certificado tem validade de um ano, requerendo nova auditoria ao final desse prazo”, esclarece a coordenadora.


GANHOS EM GESTÃO

O sócio proprietário do Sítio Prata, Alessandro Marcos de Miranda, localizado em Nova Resende, no Sul de Minas Gerais, aderiu ao Programa Certifica Minas Café em 2010 e recebeu sua certificação no ano seguinte.  Ele conta que o programa foi importante principalmente porque recebeu diversas orientações sobre gestão, melhorando a relação custo-benefício de sua produção na fazenda de 16 hectares.

“Para fazer a colheita, por exemplo, no deslocamento entre a lavoura e a área de beneficiamento, gastávamos cerca de quatro horas transportando os grãos com trator. Após orientação do programa começamos a usar caminhão equipado com guincho, diminuindo o tempo para apenas uma hora e meia no mesmo trajeto”, comemora.

Ainda sobre a melhoria na gestão de sua propriedade, Miranda diz que antes de participar do programa não tinha muito conhecimento sobre a aplicação de fungicidas e herbicidas no solo para fazer a roçada do café. “Outro benefício foi em relação à aquisição de adubos, pois antes comprávamos uma quantidade superior e sempre sobrava, nos dando prejuízo. Hoje, com planejamento, fazemos a compra certa de adubo para a lavoura”, diz.


MEIO AMBIENTE PRESERVADO

Carlos Emanuel de Melo Costa, da Fazenda São Manoel, do município de Muzambinho, certificou sua propriedade em 2012. De lá pra cá, viu sua lavoura de 70 hectares de café melhorando em produtividade e gestão, com o suporte técnico oferecido pelo programa.

“Destaco a gestão ambiental sugerida e aplicada pelo programa.  O mais interessante foi que fizemos a demarcação da área de preservação permanente e a reserva legal. Destaco também a construção de uma nova área para a gestão de defensivos agrícolas, isolando este ambiente de outros”, diz o produtor.

Costa ressalta que o viés social do Programa também foi muito importante, uma vez que em tempo de safra coordena entre 15 a 20 trabalhadores na lavoura. “Melhoramos o gerenciamento com nossos trabalhadores, com prêmios de desempenho e de produtividade ”, relata.


CONSUMIDORES

O diretor-geral do IMA Marcílio de Sousa Magalhães ressalta que a certificação traz benefícios também para os consumidores, pois viabiliza o acesso a produtos com mais qualidade e segurança.

“É importante lembrar também que a certificação proporciona a melhoria na gestão das propriedades, pois os produtores passam a ter um melhor controle dos gastos e investimentos e das técnicas de produção, com foco nos aspectos socioambientais, de segurança do alimento e da qualidade do produto”, afirma Magalhães.

O dirigente lembra que, além do café, o IMA possui programas de certificação de outros produtos. Uma lista que inclui os produtos orgânicos, de selo SAT (sem agrotóxicos), de cachaça e o Sisbov (Identificação e Certificação de Origem de Bovinos e Bubalinos), voltado para a comercialização de carne para a União Europeia.

No caso da cachaça e de produtos orgânicos, o IMA é acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro).


Fonte:
http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/estado-isenta-agricultores-familiares-da-taxa-de-auditoria-no-programa-certifica-minas-cafe
Fonte da Figura:
http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/estado-isenta-agricultores-familiares-da-taxa-de-auditoria-no-programa-certifica-minas-cafe



(2016) GOVERNO DE MINAS GERAIS ESTIMULA PEQUENOS PRODUTORES A VENDER PARA SUPERMERCADOS

Primeira edição do Circuito Mineiro de Compras Sociais capacitou cerca de 50 pequenos produtores mineiros em diferentes setores, incluindo artesanato e agricultura familiar

Evento debateu as melhores maneiras de inserção dos pequenos produtores rurais nas redes varejistas

Fazer com que o pão de queijo da pequena agroindústria, o café gourmet produzido no Sul de Minas Gerais, os doces caseiros das fazendas e até o artesanato típico do estado sejam encontrados com maior facilidade nas prateleiras dos supermercados mineiros.

Este foi o foco da primeira edição do Circuito Mineiro de Compras Sociais, que debateu exatamente as melhores maneiras de inserção dos pequenos produtores rurais nas redes varejistas do estado. O evento foi realizado na terça-feira (13/9), na sede da Associação Mineira de Supermercados (Amis), em Belo Horizonte, e reuniu representantes de supermercados e 50 produtores rurais.

A iniciativa da Amis, em parceria com o governo de Minas Gerais - por meio do Fórum Permanente das Micro e Pequenas Empresas (Fopemimpe) da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Integrado e Fóruns Regionais (Sedif), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda) e patrocínio da Codemig - pretende fortalecer as economias regionais, criando novas oportunidades de comércio envolvendo os pequenos produtores.

“O papel do Fopemimpe é ser a principal ferramenta do governo de Minas Gerais para discussão e construção de políticas públicas para melhoria do ambiente de negócio dos pequenos produtores”, afirma o secretário-geral do Fórum, Fernando Passalio. Para Fabio Cherem, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Integrado e Fóruns Regionais (Sedif), “a iniciativa é fundamental para mudança socioeconômica dos pequenos produtores de todas as regiões do estado de Minas Gerais”.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Agrário, Professor Neivaldo, relembra os esforços do Governo de Minas Gerais em divulgar e fomentar a agricultura familiar e o consumo ligado ao setor. “Temos muitos desafios, mas o papel da secretaria é dialogar com as entidades para melhoria das condições de atuação dos produtores, que são o foco desse debate”, assegura.

Representando 10 produtores mineiros, a vice-presidente da Associação Mãos de Minas, Natalícia Vieira, conta que a sua presença no evento teve como principal objetivo ver mais produtos nas prateleiras dos supermercados do estado.

Segundo Natalícia, a Associação atende a produtores de diferentes segmentos, indo do tradicional biscoito de polvilho até a geleia de alho com tecnologia pesquisada no deserto do Atacama, no Chile. “Investimos na qualidade do nosso produto, temos nota fiscal e certificação de qualidade. O que nos atrapalha é o excesso de burocracia e a falta de acesso aos grandes mercados”, explica.

Há 11 anos no mercado, a produtora Rosana Lagos produz geleias de amora e framboesa na cidade de Campestre, Sul de Minas Gerais. Ela conta que a receita para produção do doce, 100% artesanal e sem nenhum componente químico, é fácil.  “Seleciono as frutas mais bonitas e coloco a mão na massa”, brinca. A produtora artesanal ressalta que as geleias são desenvolvidas em pequena escala, mas caso haja oportunidade, ela passaria a produzir mais para atender ao público. “Queremos participar de mais feiras” afirma.

Conquistar o mercado interno é também a demanda da cooperativa de café Coopfam, que hoje representa 420 famílias na cidade de Poço Fundo, no Sul do estado. Hoje, o café gourmet produzido pelos cooperados já caiu no gosto de oito países, dentre eles Estados Unidos e Alemanha. Segundo a representante da cooperativa, Edvânia de Fátima, o desafio agora é aumentar o consumo interno.

Ela observa que 80% da produção são voltados para o mercado externo, 15% para o consumo das famílias envolvidas e 5% para o consumo regional. Com a marca Café Familiar da Terra, a cooperativa desenvolveu o chamado “café orgânico feminino”, produzido por 30 mulheres de uma ONG denominada MOBI - Mulheres Organizadas Buscando Independência.

“O produto é desenvolvido com grãos mais adocicados, traduzindo a doçura da mulher”, revela a representante da cooperativa.  A empreendedora ressalta que a entrada do café gourmet em supermercados especializados será um diferencial. “Nossa intenção é melhorar a vida dos cooperados, reconhecendo o produto e facilitando o acesso a outros novos mercados”, finaliza.

O superintendente da Amis, Antônio Claret, diz que, se depender da Associação, esses e outros produtores passarão a ter mais facilidade de apresentar seus produtos aos consumidores de Minas Gerais e todo o país. “O papel da Amis é também criar oportunidades para os pequenos fornecedores”, reforçou.

Alexandre Poni, presidente da Amis e representante da rede de supermercado Verdemar, conta que todo começo é difícil. Ele relatou aos produtores que a marca, hoje reconhecida nacionalmente, começou em um pequeno armazém. “Eu entendo e sei da necessidade de vocês terem mais visibilidade. Comigo foi assim. No meu caso, investi e ainda invisto muito na qualidade dos nossos produtos como um diferencial”, reforçou.


Capacitação como forma de inserção em novos mercados

Ao longo do dia, os produtores mineiros puderam se capacitar sobre temas como melhorias técnicas, embalagem, garantia de fornecimento e continuidade da produção. Os presentes também preencheram uma ficha com informações técnicas para seleção de 20 produtores que participação da próxima edição da Superminas.

O consultor da Amis, Robson Rodrigues, chamou atenção dos participantes para a necessidade não só de se buscar novos mercados, mas também de os produtos se tornarem mais competitivos. “Ter um diferencial é questão de sobrevivência no mercado. É necessário também investir na qualidade e nas  parcerias com as redes de compra”, afirmou.

Para o representante da Seda, Lucas Oliveira Scarascia, o perfil do consumidor brasileiro, que tem valorizado cada dia mais os produtos naturais da agricultura familiar, deve ser visto como diferencial para o consumo dos produtos apresentados. “A gente acredita na força e no valor da agricultura familiar mineira como diferenciais”, destacou.

Representando a rede de Supermercados ABC, Anderson Rodrigues apresentou dados positivos sobre o atual momento do setor. Ele ressaltou que 65% das compras da rede são de empresas genuinamente mineiras. “Temos a certeza de que a economia local e regional deve ser fortalecida para garantir a sustentabilidade dos nossos negócios”, destacou.


Fonte:
http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/governo-de-minas-gerais-estimula-pequenos-produtores-a-vender-para-supermercados
Fonte da Figura:
http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/governo-de-minas-gerais-estimula-pequenos-produtores-a-vender-para-supermercados

INFOGRÁFICO CAFÉ #11: DA FAZENDA À XÍCARA


Fonte:
http://www.mexidodeideias.com.br/industria/infografico-do-cafe-2-da-fazenda-a-sua-xicara/


O QUE É O CAFÉ ESPRESSO? ELE CONTÉM MAIS CAFEÍNA?


CAFÉ ESPRESSO


O que difere em gosto e aroma é o método de prepará-lo: ele é feito através da passagem de água quente (não fervendo) sob alta pressão pelo grão moído. Para isso, ele precisa ser feito em máquinas específicas que aumentam a pressão dessa passagem para até dez atmosferas ou bars.
Esse processo leva a uma bebida de mais qualidade e sabor acentuado, pois o grão moído é aproveitado em toda sua essência e o líquido fica com muito mais consistência do que o café coado. Isso ocorre porque a alta pressão leva a uma quantidade maior de sólidos dissolvidos por volume e então temos um café altamente encorpado.

O CAFÉ ESPRESSO TEM MAIS CAFEÍNA?
No geral, um copo médio de café coado vai ter mais cafeína do que uma xícara de café expresso, mas é importante ter em mente que parte disso tem a ver com a quantidade. O café expresso tem realmente uma concentração mais elevada da cafeína por onça (30 gramas).

O teor de cafeína na sua xícara vai depender de alguns fatores: a quantidade de água utilizada, o tempo que esta fica em contato com o café e o tipo de pó. Grãos moídos mais fino, mais tempo de contato e mais água resultam em mais cafeína. O que acontece com o café expresso é que o seu pó, apesar de mais fino que o do café comum, recebe bem menos água e tem bem menos contato com ela que na preparação do café coado.


VOCÊ PREFERE CAFÉ ESPRESSO OU COADO?


Lembre-se, se você prefere ou não beber café expresso é uma questão de gosto pessoal. Beber uma caneca de café coado é uma experiência totalmente diferente do que beber uma xícara de café expresso.


Fonte:
http://cafeouronegro.com.br/o-que-e-o-cafe-expresso-ele-contem-mais-cafeina/


A MATEMÁTICA DA CAFEÍNA


Quanto melhor a qualidade do café e a destreza de quem o prepara mais sensível é a diferença entre o café espresso e o café coado. O primeiro é servido em menor quantidade, é menos diluído, possui uma espuma densa que permanece na superfície mesmo depois do café ser mexido. O café comum – ou coado – é mais diluído e dá a impressão de ser mais “fraco”, o que significaria uma menor concentração de cafeína. Mas será isso verdade?

Segundo o consenso de especialistas “uma xícara típica de bom café espresso pode conter de 90 a 200mg de cafeína, enquanto uma xícara típica de bom café ´normal´ conterá entre 150mg e 300mg de cafeína” (Fonte: Wolke, Robert, O que Einstein disse a seu cozinheiro, 2003, p. 190). Ou seja, há alguma equivalência, mas, na média, os espressos, na verdade, contêm menos cafeína. 

O teor de cafeína na sua xícara vai depender de diversos fatores: a quantidade de água utilizada, o tempo que esta fica em contato com o café e o tipo de pó. Grãos moídos mais fino, mais tempo de contato e mais água resultam em mais cafeína. O que acontece com o espresso é que o seu pó, apesar de mais fino que o do café comum, recebe bem menos água e tem bem menos contato com ela que na preparação do café coado. 

PEÇA PELO APELIDO
Devido a sua origem, em muitos lugares, o café espresso também é chamado de italiano. Em Portugal, café é praticamente sinônimo de espresso. O café coado é chamado de “café de saco” e é comercializado em poucos lugares (em alguns Cafés o “café de saco” é inclusive vendido como principal atrativo). Para se sentir como um típico português, quando estiver em Lisboa peça por uma “bica” – referência ao tubo por onde sai o café dos antigos recipientes de café filtrado; no Porto, é comum ver os velhotes pedirem por um “cimbalino” –  nome associado a La Cimbali, popular marca de máquinas de fazer espresso.



Fonte:
http://www.fernandobarroso.com.br/gastronomia/curiosidades/cafe-espresso-x-cafe-comum

AQUI TEM CAFÉ NO BULE


Nesta era dos expressos, o velho cafezinho de coador volta a perfumar a cozinha. Além do gostoso ritual de ‘passar’ a bebida e dos bons cafés agora à disposição, o café fica mais do seu jeito. Escolha um coador e reúna os amigos

Café coado é ao gosto do freguês. Os coadores dão à bebida características próprias e estão voltando à moda entre os gourmets. Aos poucos, pelo mundo, esse café que toma uns minutos para ser passado, é menos encorpado e não tem espuma, começa a recuperar o espaço perdido para o expresso nos últimos anos.

Paladar testou o mesmo café em aparelhos diferentes. Coamos em filtro de papel, náilon e flanela para desvendar a influência de cada um deles na bebida. Sem termômetros e balanças – de científico só as reações químicas da água em contato com o pó para liberar os aromas guardados no grão e os movimentos da mistura no coador para otimizar a extração.

É café feito no olho, medido a colheradas, com água mais ou menos na medida (uma colher de sopa de pó para 150 ml de água) e em maior quantidade que uma xícara, porque este é um método que permite compartilhar. “Uma xícara de expresso nunca é exatamente igual a outra”, diz Ensei Neto, consultor de café. Aquilo que cai no bule é.

Café bom, quem diz é a língua, e ele pode ficar melhor conforme a preferência de cada um. “Pela escolha do método, é possível intensificar a percepção do amargor ou privilegiar a acidez, deixando-a agradável com a sensação do adocicado”, diz Ensei. Os cinco métodos ao lado estão em escala de amargor. Do bule vermelho, mais amargo, ao verde, mais adocicado.

Em geral, os brasileiros gostam do trava-língua forte do cafezinho – feito com o pó na água, cheio de compostos clorogênicos (tipo o gosto de jilós) e de cafeína, bem adoçado.

A preferência nacional pelos sabores fortes costuma ser apontada entre os motivos para o crescimento do expresso. Mas isso está em mudança: desde que bons cafés deixaram de ser apenas produzidos para exportação, os brasileiros passaram a apreciar melhor o café e, paradoxalmente, os métodos que concentram sabores (como o expresso) não são os melhores para perceber as qualidades da bebida. É como se as partículas brigassem para chegar ao nariz e à língua. No café coado, não há tanto congestionamento e as partículas ficam mais ágeis para o seu prazer.

ANTES DE PÔR O PÓ NO COADOR
Escaldar. É preciso jogar água quente no filtro – seja ele de pano ou de papel – e no recipiente em que o café coado vai cair antes de colocar o pó no circuito.

Água. O ideal é usar água mineral, mas na prática, no dia a dia, pode-se usar água filtrada. Use uma água que você beberia. Ou seja, se não toma água da torneira, não faça café com ela.
Temperatura. Não deixe a água ferver. Mas se ela ferver, não precisa jogar fora. É só esperar esfriar um pouco.

Invista no café. Não adianta fazer tudo direitinho e usar café ruim. Compre um bom café já moído (em cafés, empórios e alguns supermercados) ou um moedor (a partir de R$ 50) e moa o grão em casa. Se usar café em pó convencional, reduza a quantidade indicada.


NO CLÁSSICO, DE FLANELA, O PÓ VAI NA ÁGUA

 O mais amargo.


COMO FAZER |O cafezinho clássico segue o método pó na água: esquente a água em uma caneca, acrescente o pó, na proporção de 1 colher (sopa) para cada 150 ml de água e misture. Mantenha a água no fogo, espere o pó subir à superfície, desligue o fogo, deixe a mistura descer um pouco e então passe o café pelo coador de flanela.

O CAFÉ | Cafés mais clássicos, com notas de caramelo e chocolate.

MOAGEM DOS GRÃOS | Grossa, como grãos de açúcar orgânico, para reduzir a liberação de substâncias que dão o amargor.

O QUE MUDA | Jogar o pó na água quente intensifica a liberação de compostos que dão o amargo à bebida. Como as tramas da flanela são mais abertas, os óleos essenciais do café passam pelo tecido intensificando o amargor.

PARA QUEM | Os fãs do café clássico. E para quem simpatiza com a ideia de recuperar a tradição. Adoce com uma lasca de rapadura e tome em xícara de ágata.


ALGODÃO: A ÁGUA VAI NO PÓ

Entre o amargo e o equilíbrio.

COMO FAZER | O pó deve ser acomodado no coador de algodão do Hario Woodneck. A água deve ser despejada até que comece a gotejar embaixo. Então faça uma breve pausa para que a água seja absorvida pelo pó. Aí é só despejar o restante da água fazendo movimentos circulares e evitando as bordas para não deixar que se forme um acúmulo de café centro do filtro. Depois de coado o café, é preciso girar a jarra para oxigenar a bebida.

O CAFÉ | Cafés com boa acidez e encorpado, com notas de cítrico e caramelo.

MOAGEM DOS GRÃOS | Média grossa, para permitir a extração mais otimizada dos doces e amargos da café, mas não permitir a passagem de resíduo.

O QUE MUDA | Assim como no coador de flanela, as tramas permitem a passagem de óleos, mas neste caso, como é a água que vai para o pó e não o pó que ferve com a água, os compostos do amargor não se liberam tanto. O resultado é um café menos travante e bem mais doce do que o típico cafezinho.

PARA QUEM | Amantes do coador de pano e do design japonês.


O NÁILON É O EQUILIBRADO

Equilibrado.

COMO FAZER | Acomode o pó no coador de náilon na base de plástico. Dê uma batidinha para nivelar o pó e faça uma pré-infusão: molhe o café até começarem a pingar as primeiras gotas. Espere um instante e despeje a água com intensidade e movimentos rápidos. As ranhuras da base não são altas, mas são densas e criam um fluxo constante de água. Seu formato (de cone sem ponta), cria uma turbulência em direção ao meio do coador, acumulando pó ao fundo. O buraco por onde cai o café é pequeno, daí a importância de manter o fluxo rápido para que a água permaneça menos tempo em contato com o pó, o que amarga a bebida. Como as tramas do náilon são ligeiramente abertas, quanto mais rápida a passagem da água, menos resíduos passarão para a bebida.

O CAFÉ | Cafés com boa acidez, corpo e notas cítricas e de caramelo vão bem nesse método.

MOAGEM DOS GRÃOS | Média, para minimizar a passagem de resíduos pelo coador.

O QUE MUDA | A bebida fica equilibrada, com amargor, acidez e doçura equivalentes. Como a moagem ideal para o método é a média, a reação da água com o café é menos intensa. Do mesmo modo que há menos amargor, há também menor concentração de açúcares e acidez.

PARA QUEM | Para todos. É o método com a extração mais equilibrada e os equipamentos mais facilmente encontrados.


DE PAPEL, MAS TIPO ORIGAMI

Entre o equilíbrio e o doce.

COMO FAZER | Primeiro, arme o coador, que vem dobrado em quatro: abra uma aba de modo a fazer um cone (que terá uma camada numa extremidade e três na outra). Ponha o filtro no Chemex, cuidando para deixar as três camadas paralelas ao bico – isso evita que o filtro grude impedindo a saída de ar, o que atrapalha a descida do líquido. Ponha o pó, dê uma batidinha para nivelar, faça a pré-infusão, espere um instante e despeje a água evitando as laterais até que a mistura fique dois dedos abaixo do topo. Espere descer e despeje o restante da água, com movimentos circulares intensos buscando as laterais.

O CAFÉ | Cafés com notas de especiarias.

MOAGEM DOS GRÃOS | Média para fina. O filtro de papel grosso retêm parte dos óleos do amargo, deixando a bebida mais suave.

O QUE MUDA | Como o filtro não tem ranhuras, o café demora para passar pelo coador e fica mais amargo que o coado no náilon, mas há também liberação de açúcares, que deixam a bebida equilibrada.

PARA QUEM | Os fãs de rituais – preparar o filtro, escaldar, coar, compartilhar toma uns bons minutos, durante os quais dá até para aproveitar a deixa e contar que a jarra, desenhada do químico Peter Schlumbohm em 1941. está no acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York.


TAPINHAS PARA ASSENTAR O PÓ

O mais doce.

COMO FAZER | Você pode usar um filtro de papel comum adaptado no suporte de cerâmica do tipo Hario V60, mas terá de adaptá-lo para que fiquem em formato de cone: dobre as duas laterais do filtro (um dedo de largura de cada lado), a ideia é fazer um bico na ponta. Ponha o café, dê uns tapinhas nas laterais para assentar o pó. Despeje a água para fazer a pré-infusão, depois que as gotas pararem de cair, despeje uma parte da água em movimentos circulares lentos, evitando as bordas. Quando a mistura chegar quase ao topo, espere até que desça quase totalmente e só então volte a despejar água, desta vez, buscando as bordas. É fundamental que o fluxo da água acompanhe as ranhuras do V-60, em sentido horário.

O CAFÉ | Cafés com notas mais efêmeras, como as florais e boa acidez.

MOAGEM DOS GRÃOS | Moagem média para fina, como um grão de sal. Como o café é extraído rapidamente, vai pouco amargor para a xícara, exaltando-se os doces e ácidos.

O QUE MUDA | Na extração, a água fica pouco tempo em contato com o pó e extrai-se mais açúcares, o que deixa a bebida mais equilibrada e agradável.

PARA QUEM | É o método que entrega o café menos amargo, mais doce. É bom para treinar o paladar na identificação de sabores que normalmente são escondidas pelo amargo.


Fonte: 
http://paladar.estadao.com.br/noticias/bebida,aqui-tem-cafe-no-bule,10000010529