Escravos trabalhando em um terreiro de café, em fotografia de George Leuzinger (1813-1892) de 1870
A origem do café no Brasil
encontra-se no século XVIII. As primeiras mudas de café foram plantadas ainda
pelos idos de 1720, na província do Pará. A pessoa que teria trazido as
primeiras sementes do café para o Brasil foi Francisco de Melo Palheta, após
viagem à Guiana Francesa. A partir daí o fruto foi disseminado por todo o litoral Brasileiro até chegar no Rio de Janeiro em 1760. Sua produção ganhou força no séc. XIX, tornando-se o produto de maior exportação do século e do século XX, devido à grande procura da Europa e dos EUA.
O café já era consumido desde a
Antiguidade, quando os habitantes da Etiópia, na África, passaram a conhecer a
planta. Depois disso, persas e árabes entraram em contato com esse hábito de
consumo, passando o café a ser cultivado em várias partes do mundo. Alguns
setores da sociedade europeia possivelmente passaram a beber café depois do
século XVII, hábito que se expandiu rapidamente pelo continente.
Esse aumento do consumo do café na
Europa e depois nos EUA explica até certo ponto o crescimento da produção do
café no Brasil a partir do início do século XIX. As primeiras grandes lavouras
de café surgiram na Baixada Fluminense e no Vale do rio Paraíba, nas províncias
do Rio de Janeiro e de São Paulo.
O cultivo de café no Brasil fortaleceu-se da estrutura escravista do país, sendo incorporada ao sistema plantation, caracterizado basicamente pela monocultura voltada para a exportação, a mão de obra escrava e o cultivo em grandes latifúndios.
Produção essa que foi muito beneficiada pelas condições ambientais que o Brasil proporciona, como o solo, clima e da rota de transporte de minérios, com as terras desmatadas a introdução das roças foi mais fácil.
O solo e o clima da região
favoreceram a produção do café, que se destinava a atender ao mercado
consumidor da Europa e dos EUA. Os africanos escravizados formaram a força de
trabalho para laborarem no cultivo, colheita e beneficiamento do café. O
transporte para o porto do Rio de Janeiro, de onde inicialmente era exportado,
era feito no lombo das mulas.
A colheita era feita manualmente e logo após os grãos eram colocados para secar em terreiros. Uma vez seco, retiravam-se os materiais que revestiam o grão através de monjolos, máquinas primitivas de madeira formadas por pilões socadores movidos a força d’água e enfim o café era transportado nos lombos das mulas para o porto do Rio de Janeiro, de onde era exportado.
A partir de 1837, o café tornou-se o principal produto de exportação do Brasil Império. Os grandes lucros decorrentes da exportação do café enriqueceram os grandes fazendeiros, os chamados “Barões do café”, e sustentaram financeiramente o Império brasileiro.
Um processo de modernização da sociedade também foi possível graças aos lucros conseguidos com a exportação do produto. Ferrovias foram construídas para transportar de forma mais rápida o café das fazendas para os portos, principalmente o Porto de Santos, em São Paulo.
Com o crescimento da produção as ferrovias foram implantadas para agilizar o processo de transporte para futura exportação e em 1837 a produção de açúcar foi superada pela de café, tornando os grandes latifundiários e produtores os “Barões do café” cada vez mais ricos. Nesse período também surgiram os comissários do café, homens que exerciam a função de intermediários entre os latifundiários e os exportadores pois controlavam a venda do produto, garantiam aos latifundiários acesso a créditos para a expansão da produção e também viabilizavam a compra de produtos importados.
Com as rendas do café, foi
possível também urbanizar a cidade do Rio de Janeiro e São Paulo, bem como
algumas cidades do interior paulista, como Campinas, além de custear inicialmente os capitais necessários ao processo de industrialização do país e criar as condições para o desenvolvimento do sistema bancário. O interior da província de
São Paulo, na área conhecida à época como “Oeste Paulista”, foi o local de
expansão da produção cafeeira após a decadência das lavouras do Vale do
Paraíba. A existência da chamada “terra roxa”, muito fértil, garantiu o aumento
da produção nessa região.
A produção do café dependeu
intensamente da força de trabalho escravo. O tráfico de escravos entre a África
e o Brasil intensificou-se, apesar das ações da Inglaterra para impedi-lo. Por
outro lado, as rendas provenientes da produção e comercialização do café
permitiram uma diversificação da economia urbana no Rio de Janeiro e São Paulo,
surgindo novos grupos sociais, como operários e a chamada classe média.
O café foi a principal mercadoria
da economia brasileira até a primeira metade do século XX, quando a
intensificação da industrialização desbancou-o enquanto força econômica
principal.
Você percebeu quanta história há
por trás de um cafezinho?
Texto extraído de:
https://escolakids.uol.com.br/historia/origem-do-cafe-no-brasil.htm
https://marcoffee.com.br/minuto-cafe-conheca-historia-cafe-brasil/
Fonte Imagem:
https://escolakids.uol.com.br/historia/origem-do-cafe-no-brasil.htm
https://marcoffee.com.br/minuto-cafe-conheca-historia-cafe-brasil/
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