País é o berço do café, com diversas histórias e lendas.
Não poderia falar sobre café e não
citar a Etiópia, onde tudo começou. Todos que trabalham com café e são
interessados pelo assunto conhecem bem a lenda de Kaldi. Mito ou não, é fato que o café
saiu de solos etíopes para conquistar o mundo. Existem teorias que as saída dos
grãos se deu por meio do comércio de escravos, que estava bem ativo na época.
Provavelmente o café acabou sendo levado para a Arábia por navios negreiros e,
com isso, o processo de “globalização” da planta começou.
Registros indicam que a primeira
vez que o café foi consumido como alimento foi pela tribo Oromos
(Etiópia), que existe até hoje. Eles pegavam os grãos crus,
cozinhavam na gordura e faziam uma bola do tamanho da de beisebol que comiam
como um tipo de petisco. O café, que é fruto nativo da Etiópia-Áfricando, é
assunto muito sério para os etíopes. Beber o café vai além da sociabilização ou
prazer da bebida, trata-se de um ritual bastante respeitado e valorizado.
A Etiópia foi uma nação muito rica
e próspera. Na Antiguidade, estabeleceu estreitas relações com o Egito e era
principal rota comercial do Nilo. Portanto, recebia tributos de diversos
Estados da Península Arábica e ainda conquistou o reino meroítico de Kush, o atual Sudão.
De uma nação rica, a Etiópia se
transformou num dos países mais miseráveis do mundo devido ao clima árido, às
secas periódicas e às opções dos governantes. Os conflitos políticos,
religiosos e étnicos (internos e externos) castigaram e ainda castigam o país.
Além dos milhares de vidas perdidas, o país investiu e continua investindo
enormes quantias de dinheiro em guerras ao invés de aplicar a verba em
melhorias da infraestrutura precária do país. Na verdade, a instabilidade
sempre foi o maior inimigo da Etiópia, o que provocou grande atraso econômico e
baixo índice de desenvolvimento humano. Investimentos em transportes,
comunicações, silos e indústrias de beneficiamento ajudariam muito já que a
economia é baseada na agricultura. Por falta de recursos, a produção agrícola
atualmente é usada como atividade para subsistência.
A economia da Etiópia é baseada na
agricultura atualmente, da qual 85% da população sobrevivem. Seu principal
produto é o café, exportado para todo o mundo e a renda per capita é de menos
de US$ 100. Dois terços dos etíopes são analfabetos, quase metade da população
vive abaixo da linha da pobreza e padece de desnutrição crônica, apenas 11%
utiliza saneamento básico e 42% água tratada. Além disso tudo, o país também
sofre com a tuberculose, a malária e a AIDS. Atualmente estima-se que oito
milhões de etíopes sobrevivam apenas de assistência internacional. A
expectativa de vida é de 44 anos.
Curiosidade: Como na maioria
dos países africanos, alem do café, existem outras bebidas produzidas
artesanalmente. Os grãos são a base do areke, um destilado produzido nos
quintais das casas, que é de arder a garganta!
Fonte Imagem: https://www.mexidodeideias.com.br/mercado/etiopia-o-berco-do-cafe-e-das-colonizacoes/
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